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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Petróleo: meio ambiente em questão

O Brasil começou a explorar o petróleo da camada do pré-sal. Segundo o Governo Federal, sua grande mina de ouro. Desde que se começou a falar em pré-sal, o assunto tomou uma proporção cega. Acontece que o País não tem experiência em exploração de petróleo em tão grande profundidade. Nessa perspectiva, um estudo aprofundado antes de qualquer ação se faz imprescindível, sob pena de se correr riscos catastróficos para o meio ambiente. Vejam o triste exemplo do desastre do Golfo do México.

A produção comercial do petróleo, na camada do pré-sal, segundo a Petrobras, foi iniciada este mês, no primeiro poço do Campo de Baleia Franca, na Bacia de Campos, litoral do Espírito Santo. De início, serão produzidos 13 mil barris de petróleo leve por dia, por intermédio do navio-plataforma Capixaba. Acredita-se que a produção comercial de Baleia Franca pode servir de laboratório para a exploração de petróleo, na camada pré-sal, em todo o País. O Campo de Baleia Franca fica no Parque das Baleias, a cerca de 80 quilômetros da costa capixaba. O parque, segundo a Petrobras, tem reserva estimada em 2,4 bilhões de barris, dos quais metade está localizada na camada pré-sal. A plataforma capixaba deverá produzir ainda óleo da camada do pós-sal de Baleia Franca e também do campo vizinho de Cachalote. A expectativa é de que até o fim do ano, a plataforma produza 100 mil barris por dia.

No entanto, é particularmente triste consignar que as medidas necessárias de segurança para reduzir os riscos ambientais sobre a exploração em águas profundas ainda não foram tomadas e sequer foi realizada uma avaliação dos danos que esse tipo de exploração pode trazer ao meio ambiente. Há pouco tempo, os Estados Unidos anunciaram uma nova suspensão da exploração de petróleo em águas profundas naquele país. As operações deveriam ser interrompidas até que as empresas pudessem implementar as medidas necessárias para que pudessem ser minimizados os riscos de acidentes e se prepararem para conter os vazamentos, como o que ocorreu no Golfo do México, depois da explosão de uma plataforma operada ela petroleira britânica BP. A recomendação em relação ao vazamento do mineral também partiu da União Européia.

É importante registrar que o assunto não pode ficar restrito apenas aos benefícios da exploração. O tema não deve ser limitado à quantidade ou qualidade do petróleo que será obtida em cada nova descoberta do Governo. O fato é que ainda não houve garantia de segurança com as novas perfurações. Mesmo após a maior catástrofe ambiental da história da indústria petrolífera, como a que ocorreu no Golfo do México, o Governo parece estar mais atento ao oba oba eleitoral do que com o risco ao meio ambiente e, mais que isso, com a própria desvalorização da Petrobras.

Apenas para ilustrar, lembremos que por conta da má gestão do Governo, as ações da Petrobras caíram muito, dificultando a exploração de novos poços. Em um ano, a empresa perdeu o equivalente a US$ 52 bilhões. Enquanto isso, o Brasil fica com essa discussão, sem qualquer propósito, em torno da divisão de royalties entre os estados e municípios. A obtenção de petróleo pode até garantir alguns pontos positivos para o Governo, mas o efeito negativo para todo o País com a exploração sem os devidos cuidados será catastrófica.

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