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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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O caminho errado do etanol

O Porto de Suape recebeu, na semana passada, um navio com um carregamento curioso. Foram pelo menos quatro milhões de litros de álcool combustível a partir do milho, vindos dos Estados Unidos. A mercadoria representa uma contradição em um País pioneiro nos biocombustíveis e pioneiro nas fontes de energia renováveis e no álcool. E representa outra contradição por aportar em um Estado com a tradição da cultura da cana-de-açúcar para a produção do etanol.

No início deste ano, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o Governo não descarta a possibilidade de importar etanol do país americano para abastecer o mercado brasileiro. O álcool dos EUA é oriundo do milho, mais caro do que a cana, que por sua vez trata-se de uma cultura mais ecologicamente correta. No entanto, as soluções precisam ser internas. É a valorização da produção nacional que deveria estar em questão, e não o incentivo ao produto estrangeiro.

Em abril deste ano, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu alterar temporariamente a alíquota do imposto de importação de álcool etílico (etanol), zerando a tarifa de 20%. A intenção foi de eliminar as barreiras tarifárias, considerando a queda na produção nacional de álcool, em razão das chuvas nas regiões produtoras, o que provocou o aumento do preço do produto nos postos de combustíveis.

Os problemas enfrentados pelos produtores e fornecedores de cana-de-açúcar no País são apenas um exemplo da incoerência deste Governo. Ao invés de se criarem mecanismos de proteção ao produtor, especialmente em período de chuvas, quando as safras são prejudicadas e as perdas são grandes, a saída erroneamente encontrada é de trazer o produto de fora do Brasil, o que desestimula a produção local e gera a perda de milhares de postos de trabalho em todo o País.

A mercadoria que aportou em Suape foi trazida por uma distribuidora pernambucana, que certamente ignora que o Estado de Pernambuco conta com mais de 14 mil fornecedores de cana-de-açúcar e emprega cerca de 100 mil pessoas. E o incentivo do Governo Federal para com a importação do álcool, e justo a partir do milho, também desvaloriza a importância em incentivar o produto nacional em uma das atividades mais representativas do País.

Até quando erros como este serão cometidos pelos nossos governantes? Até quando teremos que importar produtos estrangeiros quando em nosso território podemos produzi-los mais e em melhor qualidade, além de incrementar o número de empregos e ajudar os produtores e empresários a crescerem? Esses e outros questionamentos deverão ser respondidos por aqueles que governam o nosso País.

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