Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Pela inclusão na formação superior

Imagine um bacharel em comércio exterior, recém saído da faculdade, sem experiência prática, assumir um importante posto de trabalho. Imagine um economista recém formado, também sem experiência, assumir um cargo em um grande banco de investimentos. É quase impossível que isso aconteça. Porque o estágio profissionalizante faz parte do currículo da maior parte dos cursos de graduação e possibilita ao formando colocar em prática a teoria que aprendeu em sala de aula. A formação acadêmica moderna está centrada mais na constituição de competências, habilidades e disposições de condutas do que pela quantidade de informação. Isso representa que o aluno aprende a aprender, a pensar, a relacionar o conhecimento com dados da experiência cotidiana, a dar significado ao aprendido, a fazer a ponte entre a teoria e a prática, além de fundamentar a crítica e argumentar com base em fatos.

Agora imagine o contrário. Um profissional da área de informática, com vários anos de experiência, com habilidades e competência para assumir um cargo de gerência, mas sem formação superior.
Sim, concordo que há empresas que retêm esses talentos independente de sua formação acadêmica, mas são exceções. Para fazer carreira, é necessário – além de muita competência – ter uma sólida formação acadêmica e conhecimento multidisciplinar.

Assim como o jovem recém formado tem o estágio profissionalizante como uma ferramenta para seu ingresso no mercado de trabalho, o profissional experiente, sem formação superior, pode validar suas habilidades e competências para lhe proporcionar formação acadêmica e cultura abrangente.

Explico melhor. Há mais de 20 anos, é utilizada com sucesso, em vários países europeus e na América do Norte, uma metodologia de ensino fundamentada no aprendizado pelo trabalho – Work-Based Learning. Nele, as competências e habilidades do profissional são validadas e o próprio trabalho e o seu ambiente são utilizados como case e programa de aprendizagem.

A experiência e o dia a dia no trabalho é tão importante na aprendizagem como a teoria que é aprendida na sala de aula. Paulo Freire já dizia que é preciso trabalhar a realidade do cotidiano do estudante para uma efetiva aprendizagem. A fundamentação teórica é complementar a aprendizagem prática. É o aprender fazendo, com o aprender pensando a respeito do que está sendo feito. E isso se aplica tanto ao estágio profissionalizante, quanto ao Work-Based Learning. Essa metodologia, além de conduzir a uma aprendizagem sustentável, leva o profissional à aquisição de novos conhecimentos, os quais são construídos e conectados com os conhecimentos já existentes.

Há que se destacar o importante papel dos gestores de pessoas e carreiras das empresas, que são responsáveis pela validação das habilidades e competências dos funcionários, junto com o professor-tutor, que facilita e auxilia a aprendizagem sem ser a fonte primária de informações, explorando e estimulando o pensamento dos funcionários- estudantes.

No Brasil, mais de 70% dos adultos trabalhadores não possuem formação acadêmica, mas possuem ampla experiência profissional em diversas áreas. A proposta da educação pelo trabalho é oferecer uma nova alternativa de aprendizagem para adultos trabalhadores. O ensino superior brasileiro vem se liberando de preconceitos e conservadorismo. Um grande exemplo disso é a disseminação da educação a distância (EAD). O Work-Based Learning é uma das alternativas para a inclusão de jovens e adultos trabalhadores no ensino superior.

Com esta nova metodologia, todos têm a ganhar: estudantes, professores, faculdades e empresas, alem (é claro), do próprio país que pode se orgulhar em ter uma população adulta trabalhadora com cursos superiores nas respectivas áreas de trabalho. Educação vem sempre em primeiro lugar e não faltam oportunidades e alternativas de aprendizagem para quem quer e precisa aprender. O Work-Based Learning é um bom modelo para ser implementado e oferecido como opção aos brasileiros, ainda sem formação superior.

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