Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

O futuro do Oriente Médio

Houve, é fato pretérito, relação diplomática entre o Irã e os Estados Unidos. Na atualidade, esta relação é das mais hostis. Diferentemente dos diversos países do Golfo Pérsico que mantém com os Yanques relações diplomáticas das mais amistosas. Entretanto, cada dia a situação tem piorado, principalmente em virtude das reações negativas dos EUA e dos países europeus às atividades de enriquecimento de urânio realizadas pelo país asiático.

Estados Unidos e Irã não se entendem há mais de 60 anos. Situação que se complicou quando, em 1953, a agência de inteligência civil do governo dos Estados Unidos, CIA, apoiou a derrubada do então primeiro-ministro Mohammad Mosaddegh, responsável pela nacionalização das reservas de petróleo do Irã. A relação entre os países melhorou em 1997, com a eleição do presidente Mohammad Khatami, mas voltou a se complicar em 2002, quando George W. Bush incluiu o Irã, o Iraque e a Coreia do Norte na lista dos países que incentivavam o terrorismo.

Analisando a questão, o iraniano Vali Nasr, no livro intitulado “The Shia Revival”, enfatiza que as ofensivas dos Estados Unidos, bem como a queda do ditador Saddam Hussein, o forçado processo de democratização em curso no Iraque e a profunda influência iraniana sobre as lideranças xiitas no país mesopotâmico tem fortalecido o Irã.

Ampliando o quadro de análise, registre-se que atualmente, o foco dos noticiários recai sobre as tentativas diplomáticas e ameaças de uso da força, por parte do governo norte-americano, contra a persistência do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em não respeitar as decisões do Conselho de Segurança da ONU, que exigem o fim do programa de enriquecimento de urânio do país.

Mesmo diante de toda a tensão provocada pelo conflito em torno do programa nuclear iraniano e pela condenação de um ex-militar americano à morte sob alegação de espionagem, Ahmadinejad esteve na Venezuela onde conseguiu o apoio do presidente Hugo Cháves. O iraniano busca, também, uma resposta positiva da Nicarágua, Cuba e Equador, países latinos que mantêm um discurso hostil em relação aos EUA. Em contrapartida, os EUA aumentam a pressão sobre o Irã para que abandone seu polêmico programa nuclear e pedem que os países da América Latina não aprofundem suas relações com aquele país.

A França, Reino Unido e a Rússia são alguns dos países que apoiam os Estados Unidos. Já o Brasil se posicionou a favor de mais diálogo, alegando que o Irã tem direito a um programa nuclear pacífico, mesma opinião compartilhada pela Turquia. O fato é que diante de tantas polêmicas, o Irã se tornou fator importante na disputa eleitoral dos Estados Unidos, que acontece em novembro deste ano. O Partido Republicano defende uma ação militar direta dos EUA no Irã para conter a suposta tentativa do país de ter sua bomba atômica.

Por fim, é importante lembrar o que aconteceu no Iraque há alguns anos: a invasão americana, justificada por Saddam Hussein possuir armas de destruição em massa, foi baseada em cima de informações falsas. O certo é
que por trás do discurso americano – repetido dezenas de vezes pela mídia de que um Irã com armas nucleares representaria uma ameaça à paz mundial – está o interesse de manutenção da hegemonia norte-americana e da sustentação da posição de Israel como único país com poder nuclear no Oriente Médio.

Sem dúvidas o assunto “Irã” será importante nas eleições dos Estados Unidos, mas o que deverá decidir quem é o próximo presidente dos EUA é o comportamento da economia americana, que não se mostra estável há bastante tempo. Este sim é um fato que deveria preocupar os americanos.

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