Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
Saiba mais.

Vale a pena

Histórico

O Brasil e a alta taxa de impostos

O Brasil atingiu, na última semana, um recolhimento de R$600 bilhões em impostos apenas nos primeiros meses de 2012. A previsão é de chegarmos a R$1 trilhão antes de outubro e batermos o recorde de 2011, que foi de R$ 1,5 trilhão pagos pelos brasileiros. Estamos na 15º posição entre os países com as mais altas cargas tributárias do mundo. A Suécia lidera a lista com uma participação da carga tributária no Produto Interno Bruto (PIB) de 44,08%, enquanto no Brasil é de 35,13%. Trabalhamos 143 dias por ano só para pagar impostos.

A título de informação, possuímos 63 tipos de tributos, entre impostos, contribuições, taxas federais, estaduais e municipais. A maior parte deles é de impostos indiretos, ou seja, tributos que já estão embutidos no valor do produto, como no caso dos medicamentos, em que os custos de impostos chegam a 56% do valor e na conta de luz, que esse número sobe para 85%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), entre os produtos que mais tem impostos embutidos estão a cachaça, com 81,87%; o cigarro, com 80,42%; e a caipirinha, com 76,66% do preço. O IBPT afirma, ainda, que o Imposto de Renda (IR) é o que mais pesa no bolso do brasileiro. Em seguida, estão os tributos sobre o consumo: ICMS, PIS, Cofins, IPI, ISS.

O grande problema do Brasil não é o valor cobrado nos impostos. Mas sim, a falta de retorno que os cidadãos recebem do dinheiro pago ao governo e que deveria ser aplicado em infraestrutura, saúde, educação e tantos outros bens e serviços públicos. Investimentos estes que acontecem em países como Estados Unidos, Coréia do Sul, Austrália e Japão, que lideram o ranking dos que aplicam melhor os recursos públicos em qualidade de vida para os cidadãos e que tem as menores taxas de impostos. Vale citar, também, o Reino Unido e a Alemanha, onde a taxa é semelhante à brasileira, com 36% e 36,7%, respectivamente.

De fato, a estabilidade econômica diante de uma crise mundial e a continuidade política tem proporcionado ao Brasil um grande crescimento em praticamente todos os setores e deu visibilidade e notoriedade ao país. Porém a alta taxa de impostos influencia não somente no bolso dos trabalhadores, ela é responsável por encarecer também a produção nacional, reduzindo a competitividade brasileira em relação aos outros países e afastando os investidores.

Embora reduzir impostos setoriais – como o Governo Federal fez ao anunciar a redução de impostos direcionados a setores estagnados, como a indústria automobilística – seja uma determinação positiva, é apenas uma ação paliativa. É preciso, também, reduzir os gastos, para que sobre dinheiro para investir na infraestrutura nacional e reduzir o Custo Brasil (termo usado para descrever o conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem o investimento no Brasil, dificultando o desenvolvimento nacional, aumentando o desemprego, o trabalho informal e a sonegação de impostos).

Sem ações desse tipo, jamais seremos competitivos o suficiente diante da disputa comercial que acontece no mundo globalizado.

Uma Resposta para “O Brasil e a alta taxa de impostos”

Deixe um comentário