Brasil x Dengue
Há anos o Brasil tem travado uma luta constante contra a dengue. Historicamente, no país existem registros de epidemias da doença em São Paulo, nos anos de 1851, 1853 e 1916 e no Rio de Janeiro, em 1923. A partir de então, e até os anos 80, a doença foi praticamente eliminada graças ao combate do Aedes aegypti (mosquito transmissor da doença), durante a campanha de erradicação da febre amarela.
Em 2002, novamente o Rio de Janeiro foi castigado por uma epidemia de dengue, desta vez com a entrada de um novo tipo do vírus. Quase 290 mil pessoas contraíram a doença e 91 morreram, sendo 65 mortes e 138 mil casos somente na capital fluminense. Foi o ano com mais casos de dengue na história do país. Em 2011, houve 374 óbitos e nos 12 meses anteriores, 467.
Nos quatro primeiros meses de 2012 foram confirmados 286.011 casos de dengue no Brasil. O número representa queda de 44% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram registrados 507.798 casos. Apesar da queda nos totais na maior parte do país e na média geral, seis estados registraram aumento da dengue: Sergipe, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso e Tocantins. O Ministério da Saúde considerou que a redução das mortes e casos graves da doença se deu pela melhoria da assistência prestada à população, com diagnósticos mais rápidos e as ações de combate da doença, com as campanhas de prevenção.
Pernambuco viu a estatística dos casos atingir 203% nos quatro primeiros meses deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2011. No Recife, a quantidade de registros passou de 1.680 para 7.790 casos. Uma justificativa para os números é que como capital, produzimos mais lixo e em período de estiagem, as pessoas acabam tendo que armazenar mais água. O problema é que entre os seis Estados, Pernambuco é o terceiro com mais casos da doença.
Somos um país de clima tropical, o mais favorável para reprodução do mosquito. É de conhecimento da grande maioria da população que o Aedes aegypti é uma espécie doméstica, que nasce e se reproduz em água parada, limpa e de preferência em recipientes como latas, pneus, vasos. O que é facilmente encontrado na maior parte das residências e justifica que 80% dos focos sejam encontrados lá.
Sabemos que é obrigação do governo dar a assistência e o esforço para controlar a epidemia, mas a população precisa ter a consciência que o combate à dengue não pode ser feito apenas pelo poder público. É impossível. Cabe a todos nós tomarmos atitudes e providências para combater o mosquito e a única maneira de evitar uma epidemia da doença é através da eliminação do transmissor.