O comércio ilícito de medicamentos, seja através da internet ou em farmácias, tem se tornado um grave problema de saúde pública cada vez mais frequente nas cidades brasileiras. A cada dia recrudesce, substancialmente, o número de sites que vendem esses produtos sem qualquer registro nos órgãos competentes, colocando em risco a vida das pessoas, principalmente as mais necessitadas.

Nesse diapasão, em relatório divulgado recentemente, a Organização das Nações unidas – ONU insere as pessoas mais jovens como o principal alvo das redes de tráfico de medicamentos ilícitos através da internet e nas redes sociais. Registre-se, no particular, que além da venda sem qualquer regulamentação, descobriu-se que mais da metade desses medicamentos ilegais que são vendidos na internet são falsos, cujos fatos atrativos para a comercialização consistem no baixo preço do produto e na garantia de curas milagrosas.

Aumentando a égide de considerações, asseveramos que na atualidade a principal droga consumida pelos jovens consiste nos anabolizantes utilizados para a conquista de músculos. Chega-se ao ponto de injetarem silicone nos músculos, e até mesmo a ingerirem medicamentos indicados para tratamento de animais de grande porte, como o cavalo. Alguns desses medicamentos possuem várias indicações clínicas e podem ser consumidos de forma legal através de acompanhamento médico com controle das dosagens. Entrementes, é particularmente pesaroso frisar que os jovens, na busca por melhorias estéticas e músculos desenvolvidos em pouquíssimo tempo, consomem em doses exageradas esses tipos de medicamentos, muito além das dosagens permitidas e recomendadas pelos médicos. A conseqüência disso é o que vemos diariamente nos noticiários jornalísticos. Jovens, na flor da idade, sendo internados e, muitas vezes alcançando óbitos.

É conveniente enfatizar, por outro lado, que o crescimento desse comércio ilegal, via internet, ocorre por vários motivos: em primeiro lugar pela desinformação da população, que desconhece os efeitos que o uso desses medicamentos, de forma exagerada, pode acarretar a saúde; em segundo lugar, em virtude do alto preço que esses medicamentos possuem; em terceiro, em face à grande dificuldade de acesso da população aos programas de saúde oferecidos pelo governo. Por fim, a baixa escolaridade, o baixo poder aquisitivo, a dificuldade de acesso à informação correta sobre o produto, aliados à falta de uma rigorosa fiscalização pelos órgãos governamentais competentes, permitem – e até incentivam – os vendedores ambulantes a exercerem este tipo de comércio ilícito.

Para arrematar, caros leitores, podemos sublinhar que a venda desses medicamentos ilícitos – e muitas vezes falsos – é tipificado como crime e como tal deve ser punido pelo estado de forma veemente. Por outro lado, o uso deles consiste em um grave problema de saúde, acabando por agravar o grande problema da saúde pública brasileira, – que já não é das melhores -, prejudicando milhares de jovens e de famílias brasileiras já tão fragilizadas pela escassez de serviços públicos de qualidade.