Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Eleições e promessas

A sociedade brasileira mudou nestes últimos 10 anos. A mudança foi proporcionada por diversos motivos, dentre estes: a educação e o avanço da economia. Mais indivíduos educados. Mais pessoas informadas. Mais pessoas com capacidade de aproveitar as ofertas de emprego. Crescimento econômico. Mais oferta de trabalho. Menos pessoas dependentes do estado, especialmente do clientelismo político.

As mudanças na sociedade brasileira, inclusive com a ampliação do mercado interno de consumo, possibilitaram que os eleitores passassem a cobrar ações concretas dos gestores públicos. Ações que tivessem impactos, preferencialmente a curto prazo, na vida deles. Neste caso, o eleitor exige um estado eficiente. E só os representantes, numa democracia representativa, junto com a burocracia estatal, podem tornar o estado eficiente.

Dick Morris, ex-assessor de Bill Clinton, em seu livro El nuevo príncipe, argumenta que em virtude da mudança da sociedade americana, novos conteúdos foram inseridos no cotidiano das campanhas políticas. De acordo com Morris, o eleitor americano mudou. É exigente. Em razão disto, os políticos precisaram trazer propostas para as campanhas eleitorais, e mostrar que elas têm conteúdo e podem ser aplicadas.

Constatei no livro de Dick Morris que o eleitor procura a razão de votar num dado candidato. O eleitor também deseja que o estado, por meio da iniciativa do ator político, faça com que ele tenha alguma utilidade. Por isto, existe a necessidade dos candidatos de criarem uma agenda de propostas para as campanhas.

Ocorrerão eleições no Brasil este ano. Certamente, em razão da mudança ocorrida na sociedade brasileira, os candidatos a presidente e aos governos dos estados apresentarão propostas na campanha eleitoral. Contudo, estas propostas precisam ser concretas, isto é: caberem no orçamento do poder estatal. Sem recursos, é impossível que o estado seja eficiente.

Desconfio que, em razão da agenda fiscal e da estabilidade econômica fazerem parte da agenda pública brasileira, muitos eleitores saibam que o estado não pode fazer tudo, já que ele tem limitações para tal. Portanto, o candidato não pode prometer o impossível, pois o eleitor ficará desconfiado.

Destaco o fato de que os órgãos de comunicação no Brasil, por conta da sua pluralidade, cobram dos candidatos. Então, isto faz com que a opinião pública fique atenta às promessas deles. Colunistas políticos e acadêmicos, inclusive, utilizam-se dos espaços midiáticos para opinarem sobre a credibilidade das propostas.

Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos em virtude de ter incentivado a esperança nos americanos. Ao se deparar com a realidade da economia americana e com a complexidade da sua proposta para a reforma da saúde, ele descobriu que nem tudo o que foi prometido poderia ser cumprido. Consequência: Obama perdeu popularidade e apoio junto aos americanos. Talvez Obama tenha prometido demais. Ou não avaliou corretamente a capacidade do estado americano e a própria realidade.

Os candidatos à presidência do Brasil e aos governos estaduais devem ficar atentos à situação de Obama junto à opinião pública americana. Assim como a mudança positiva que ocorre na sociedade brasileira. Portanto, espero que os candidatos apresentem propostas factíveis ao eleitorado, assuma o compromisso de cumpri-las, e, claro, ao serem eleitos, as cumpram.

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