Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Educação e acessibilidade

Aos 9 anos, a assistente financeira Maria Otília Zuppi sofreu um acidente automobilístico que a deixou paraplégica. Hoje, aos 35 anos, cursa o segundo ano de administração em uma faculdade privada da cidade de São Paulo. Conseguiu, com esforço, superar as barreiras que ainda entravam o acesso ao ensino superior de muitos brasileiros com deficiência e alcançar o que, por lei, deveria ser assegurado a todos os cidadãos: o direito à educação. O caminho até a inclusão é longo mas, felizmente, casos como este, noticiado recentemente no jornal paulista Correio Popular, têm se tornado cada vez mais freqüentes.

Segundo a Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (SEEsp/MEC), o número de alunos com algum tipo de deficiência em cursos de graduação no Brasil mais que quintuplicou entre os anos de 2004 e 2005, passando de 5.392 para 27.001 universitários. Isso significa que, em apenas um ano, mais 21.609 pessoas com deficiência puderam dar início a uma formação profissional para, dentro de quatro ou cinco anos, ingressar no mercado de trabalho. Sem dúvida, um avanço considerável.

Hoje, as instituições de ensino superior estão mais sensíveis à necessidade de se implementar mudanças e adaptações que permitam o acesso e a permanência de estudantes com deficiência. Em diversas faculdades pernambucanas e de outros Estados estudantes com deficiência auditiva dispõem de tradutores e intérpretes da Língua Brasileira dos Sinais (Libras) e de professores com conhecimento dessa singularidade lingüística. Os que se locomovem por meio de cadeira de rodas encontram, com mais facilidade, estabelecimentos com rampas e elevadores. Essas mudanças decorrem, primeiro, de uma nova postura adotada pelas próprias faculdades, que passaram a perceber a importância da inclusão de pessoas com deficiência no ensino superior, por uma perspectiva tanto social quanto mercadológica. Outro fator importante refere-se aos avanços na legislação brasileira. O decreto nº 5.626, de 2005, estabelece, entre outras exigências, que a Libras deve tornar-se disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o magistério. Também obriga instituições a incluir o professor de Libras no seu quadro do magistério.

Apesar dos avanços, há fatores que não podem ser desprezados. Dados do último Censo do IBGE revelam que, em 2000, aproximadamente 24,5 milhões dos cerca de 170 milhões de brasileiros tinham algum tipo de deficiência. Desses, só 3,2 milhões freqüentavam algum tipo de escola. Os números demonstram o quanto a situação está longe do ideal. Uma explicação para isso é que, no Brasil, a política de acessibilidade é recente, o que contribui para que a inserção de pessoas com deficiência no sistema educacional ainda ocorra de forma lenta.

O País tem, portanto, um grande desafio. Para garantir o acesso e a permanência de pessoas com deficiência na universidade, com igualdade de oportunidades, será preciso que as faculdades continuem, com o apoio do governo, adotando medidas como aquisição de equipamentos e materiais didáticos específicos, adaptação de mobiliário e reforma nas edificações para acessibilidade física dos alunos, o investimento na formação profissional de professores e técnicos para atuação com alunos com deficiência e a contratação de pessoal para os serviços de atendimento educacional especializado. Ações assim constituem um passo importante para derrotar o preconceito e aprender a lidar com as diferenças.

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