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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Defasagem na educação limita crescimento

O Brasil vem se mostrando como uma das economias que mais se expande, assim como boa parte dos países emergentes, principalmente após a crise econômica mundial. No entanto, crescer economicamente não é tudo, ainda mais quando existe uma enorme carência no quesito educação, a base para a formação de cidadãos. O Governo tenta garantir que os jovens estão na escola, mas não assegura que estão dentro do nível de ensino adequado.

O problema é grave e atestado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou recentemente a Síntese de Indicadores Sociais 2010, mostrando que, no ano passado, pelo um em cada dois dos jovens com idades entre 15 e 17 anos estava fora do nível de ensino apropriado. Metade dos adolescentes brasileiros com esta faixa etária estavam no ensino médio em 2009.

Antes que o Governo Federal procure explicar ou justificar a defasagem, vale destacar que o problema agrava-se cada vez mais. Ainda segundo a pesquisa do IBGE, em 1999, eram 32,7% jovens entre 15 e 17 anos no ensino médio. Em 2004 o percentual era de 44,2%. E o agravante da situação está na relação com o rendimento familiar, uma vez que entre os 20% mais pobres do País, apenas 32% dos adolescentes com a mesma faixa etária analisada faziam parte do ensino médio, ao passo que entre os 20% mais ricos, o índice chegou a 78%.

Fica clara a relação da escolaridade com o nível social das famílias brasileiras quando se avalia o estudo por região. No Norte e Nordeste do País, a situação é ainda mais grave, quando somente 39,1% dos jovens do Norte e 39,2% dos do Nordeste encontravam-se no nível médio, em 2009. No Sudeste, a relação é de 60%, no Sul, de 57,4%, e no Centro-Oeste, 54,7%.

Comparado a outros países da América Latina, o Brasil continua sem motivos para comemorações, pela sua situação desfavorável. As taxas de aprovação no Chile, Paraguai e Venezuela, em relação ao ensino fundamental e médio, superam os 90%. Na Argentina, os índice são de 92,3% e 74,3%, respectivamente, e no Uruguai, de 92% e 72,7%. O Brasil entra neste contexto com taxas de 85,8% e 77% respectivamente, as mais baixas da região. Sem motivos, de fato, para festejos, a educação brasileira ainda mostra dados negativos em relação ao abandono, chegando a 10% no ensino médio, quando o Chile, Paraguai e Venezuela contam com taxas abaixo de 3%.

A defasagem e o abandono escolar, no entanto, são apenas alguns dos empecilhos para o avanço na educação brasileira. Há pouco tempo, o Ministério da Educação (MEC) divulgou relatório revelando que o Brasil deixou de atingir as metas mais básicas a caminho da excelência acadêmica. O documento mostra, por exemplo, que de 2006 a 2008, o percentual de estudantes que abandonaram a sala de aula passou de 10% para 11%, enquanto a meta era de redução da taxa para 9%.

O Brasil ainda precisa avançar muito no sentido de melhorar a educação de seus jovens. A expansão econômica é evidente, mas estamos falando de quem irá cuidar deste País nos próximos anos. Sem educação, não haverá continuidade e de nada servirá tanto investimento em empreendimentos e tanto estímulo para a ampliação da economia. Sem educação, o Brasil esbarrará na falta de mão-de-obra qualificada. Ou seja, o crescimento do País mostrará seus limites. E em breve.

Uma Resposta para “Defasagem na educação limita crescimento”

  • Maricele da Costa Frazão:

    A educação é pré-condição de duas prioridades: o desenvolvimento e a distribuição de renda, ambos capazes de reduzir as desigualdades.
    Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB (1997:2), é bastante clara a esse respeito.
    Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

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