Oportunidade de formação profissional. É neste caminho que deveria seguir o Bolsa Família, programa criado no Governo Lula, na medida em que fomenta a economia brasileira, levando ao consumo classes menos privilegiadas do País. Peca, entretanto, pela sua pouca eficácia, e para mudar esta realidade e garantir o futuro desses beneficiários, não é preciso muito.

O maior programa de transferência de renda do País é responsável pela distribuição de valores entre R$ 22 e R$ 200 para família com renda mensal de até R$ 140 per capita. O valor varia de acordo com o número de crianças e adolescentes com idades entre 16 e 17 anos na família, e para receber o benefício, é preciso que não se retirem as crianças da escola e que se mantenha a vacinação em dia.

Mas ainda há muito a se fazer. Garantir a criança na escola não assegura seu aprendizado. E é neste caminho que deve seguir a defesa do programa, mas aliado ao ensino técnico e profissionalizante. A ideia de jovens receberem uma bolsa para frequentar esses cursos é pertinente, lembrando que os recursos seriam utilizados na cobertura de despesas do aluno ao longo do curso.

É preciso aperfeiçoar a rede de proteção social com a criação de ações não apenas como o Bolsa Família, mas como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. A ampliação para a qualificação profissional é urgente. O Brasil pode tirar São Paulo como exemplo. No estado paulista, o ensino técnico foi fortalecido, com o sucesso das escolas técnicas e faculdades de tecnologia, cujo número de vagas mais do que dobrou na última gestão do governo do estado, levando os jovens à oportunidade de se inserirem no mercado de trabalho.

Os postos para os cursos técnicos passaram de 70 mil para mais de 170 mil, com mais de 80 cursos adaptados às realidades regionais. As faculdades de Tecnologia não ficam atrás e o número de unidades, que havia passado de nove para 26, na gestão passada, saltou há pouco dos 26 para 52 cursos.

É isso que precisa ser conquistado em todo o País. O Bolsa Família garante ao Brasil a chance de movimentação econômica das classes de menor poder aquisitivo, no entanto isso não basta. Os brasileiros precisam mais do que receber o peixe. É hora de saber buscar seu próprio alimento, colocar os filhos na escola e ter a certeza de que eles terão condições de continuar sozinhos. Ainda que o Bolsa Família contribua para a ampliação da renda, o trabalho e esforço próprios serão certamente mais gratificantes.

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