Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Debates equivocados

Enquanto o mundo assistiu à queda do ditador egípcio após revolta popular, é no conflito que o Brasil também dá sua lição de democracia. O impasse de opiniões e a participação de diversos atores sociais no debate sobre o novo valor do salário mínimo revelam a solidez de nossa forma de organização política.

As discussões sobre o reajuste do salário mínimo ganham um novo integrante: o fantasma da inflação, que só poderá ser exorcizado com a redução dos gastos com o funcionalismo. A briga por cargos na máquina pública e o debate sobre o fim das coligações completam o hall de temas polêmicos que marcam este primeiro bimestre do Governo Dilma.

A imprensa exerce seu papel de contribuir com o aperfeiçoamento da opinião pública brasileira através da transmissão desses debates que ocorrem no espaço estatal. Contudo, a agenda pública brasileira carece de choque de realidade e novas ideias.

Ao invés do embate entre parlamentares e sindicatos sobre o novo valor do salário mínimo, o que deveria ser prioridade é a discussão a oferta de melhores condições para o indivíduo aumentar sua renda. O salário mínimo não é variável suficiente para distribuir renda. O investimento em Educação Básica e a oferta de cursos técnicos e Ensino Superior para as pessoas são os fatores principais, estando o aumento de renda associado ao aumento de tempo de estudo, numa visão meritocrática.

Mas essa é uma visão que se contrapõe ao estado clientelista, onde partidos brigam por cargos, inclusive em áreas estratégicos para o desenvolvimento econômico, como no setor energético. Apesar das coligações partidárias proporcionarem aos partidos melhores condições de representação nas casas legislativas, possibilitam também as legendas de aluguel. A troca de apoio político por vagas no governo independente da competência dos nomes indicados é uma das causas da ineficiência do Estado no provimento dos bens públicos.

E quando as consequências aparecem, quem paga o prejuízo é a população. Para conter a inflação, a presidenta propõe limitar o aumento salarial do funcionalismo público. Proposta pertinente diante de uma ameaça inflacionária que não pode ser desprezada e de desafios como a segurança, a saúde, a educação e a infraestrutura.

Os debates são saudáveis para a democracia, mas precisam ser pautados por mais racionalidade e visão de longo prazo.

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