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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Criação de emprego não basta

O Brasil pode criar três milhões de novos empregos até o fim deste ano. O otimismo é do Governo Federal, que estima o aumento no número de vagas com carteira assinada. Está certo que o total de postos formais no Brasil chegou ao recorde de 44,068 milhões no ano passado, mas isso não é tudo. O Governo já fala de controle da inflação como saída para o crescimento do País. Este, sim, é um assunto que merece atenção no momento.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, revelou esta semana que a projeção para a criação de 3 milhões de empregos para 2011 permanece. Mas também disse que é preciso aguardar o final do ano, para que não se entre em divergência com outros ministérios. A explicação disso é que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou há pouco tempo que a formação de vagas para este ano não seria tão expressiva quanto o observado no ano passado. Sim, em 2010 a economia brasileira estava mais aquecida, quando foram gerados 2,861 milhões de postos de trabalho formais no setor privado e público.

Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base nas informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). E, se considerarmos os inativos, o volume ultrapassa os 66,7 milhões. O número é recorde e até mesmo este ano as vagas também ultrapassam meses anteriores. Mas é preciso ter cautela para as revelações de 2011. Isso porque há uma variável a ser considerada, chamada inflação. Esta semana, a presidente Dilma Rousseff disse que o País precisa continuar crescendo e mantendo a inflação sob controle. E somente com os preços controlados, no médio e longo prazo, o Brasil poderá seguir adiante. O pensamento está correto. Os aspectos macroeconômicos devem privilegiar o crescimento e a expansão da taxa de investimento.

Aliás, a boa notícia de crescimento no número de postos de trabalho não está em todos os ramos de atividade. A Agricultura terminou 2010 com um volume de empregos formais menor do que no início do ano, de acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Durante todo o ano passado, foram mais demissões no setor do que contratações, estas em apenas 18,1 mil empregos. E entre os afetados estão os setores de laranja e cana-de-açúcar. Entre os anos de 2009 e 2010, o volume de empregos na agropecuária caiu de 1,427 milhão para 1,409 milhão.

A questão preocupa, e uma boa forma de garantir a ampliação na economia brasileira está nas parcerias. As melhorias nos serviços de educação, saúde e segurança poderiam ser adquiridas por meio de união entre o setor público e privado. O Brasil necessita de investimentos em competitividade, gestão e desempenho e, para isso, o esforço coletivo é fundamental. Mais que isso, imprescindível.

Precisamos crescer, mas crescer de maneira sustentável, com desenvolvimento econômico. Os milhões de empregos formados e anunciados com tanto otimismo pelo Governo Federal só são e serão positivos se o País se expandir junto, com inclusão social e estabilidade monetária e fiscal. Em 2011 poderão ser três milhões de novas vagas formais, mas o Brasil precisa se preocupar com a inflação, a verdadeira bússola do nosso crescimento.

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