Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Estamos mesmo crescendo?

O Brasil já ganhou credibilidade mundo afora por sua relativa estabilidade econômica, principalmente após a crise financeira mundial, que teve início em 2009. Mas, apesar da confiança que outros países parecem depositar em nossas terras, os problemas aqui existem. A prosperidade não é tão evidente quanto o Governo tenta transparecer. O assunto começa pelo aumento de crédito. E termina nos juros.

O jornal britânico Financial Times revelou esta semana que a expansão de crédito concedido pelos bancos brasileiros criaram uma “fachada de prosperidade que frequentemente esconde problemas mais profundos”. O exemplo claro no periódico é o sucesso que tem conseguido os grandes bancos, como Itaú-Unibanco, Banco do Brasil e Bradesco, mas é preciso destacar que no mês passado dois pequenos bancos no Brasil precisaram de socorro, e receberam ajuda do governo. Não é à toa que alguns analistas já preveem que mais outras instituições financeiras ainda passarão por dificuldades ainda este ano.

E, o pior, a culpa é do governo. Sim, foram as medidas tomadas para evitar o crescimento do crédito, como por exemplo o aumento das taxas de juros e dos requerimentos de reserva dos bancos, que levaram ao aumento do custo dos financiamentos. Isso atingiu em cheio os bancos.

A crise se deu por conta da perda de confiança no que se refere ao novo mercado de securitização, ou seja, transformação de dívida em títulos para venda a investidores. Isso, por sua vez, aconteceu devido ao escândalo do Banco PanAmericano, no final do ano passado. Este contava com dívidas que já haviam sido vendidas mais de uma vez, segundo observou o Banco Central. O resultado disso foi que os bancos maiores passaram a relutar mais para comprar títulos de dívida de bancos menores. O receio é de que estes estejam fazendo o mesmo que fez o PanAmericano.

O problema, no entanto, é maior. O aumento acelerado de crédito pode vir a gerar uma bolha na economia brasileira, até mesmo por causa do aumento dos valores dos imóveis no País. Mas isso é assunto para uma outra discussão. Por enquanto, o que mais preocupa é o nível de crédito em relação ao PIB no Brasil, ainda muito inferior ao dos Estados Unidos ou Espanha antes da crise.
Para completar, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial, cresceu 0,7% em maio, com desaceleração em relação a abril. No mesmo mês do ano passado, a inflação ficou em 0,63%. Nos últimos 12 meses, a taxa de 6,51% ficou acima da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.

E esta também é uma outra discussão. Na verdade, são muitos os assuntos que preocupam o Brasil. E, mesmo assim, estamos passando uma certa confiança lá fora. Não que isso seja negativo. Não é. Aliás, a credibilidade depositada em nosso País ajuda a incrementar a economia brasileira. Mas o cuidado é para que esta forte confiança não afete o desempenho aqui dentro. O Governo precisa parar de achar que estamos no caminho e começar a andar para encontrá-lo.

2 Respostas para “Estamos mesmo crescendo?”

  • “O Governo precisa parar de achar que estamos no caminho e começar a andar para encontrá-lo.” Disse tudo.Parece que os bancos e o governo daqui não aprenderam muita coisa com a “bolha de crédito” que endividou os americanos… Crédito fácil, educação baixa. O resultado é uma população endividada.

  • Misael:

    Perfeito. Palavras limpidas como nunca se viu em aguas da midia brasileiras no contexto de blogs independetes. precisamos de mais gente com essa visao do que REALMENTE esta acontecendo no mercado do brasil. Sera mesmo inclusao social o que vemos na inflação maquiada dos imoveis? quais sao os pobres que podem adiquirir um imovel na grande recife?? a uns 3 anos ainda podiam sonhar, mas hj?? ta um absurdo a falta de etica que impera em brasilia. enfim temos problemas muito maiores crescendo por debaixo dos panos mas um dia a casa cai.

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