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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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A economia inserida no debate

A decisão de quem comandará o Brasil pelos próximos quatro anos foi adiada para o dia 31 de outubro e o segundo turno será uma oportunidade para os candidatos apresentarem melhor suas propostas. Mas, a conversa precisa ir além. Esta semana, o Banco Central elevou a projeção de inflação, passando de 5,05% na semana anterior, para 5,07%. Ou seja, independente de quem promete o quê, o desafio do novo governante está no aumento da competitividade do País.

O crescimento do Brasil nos últimos anos e o bom enfrentamento da crise econômica internacional são visíveis, mas isso foi possível porque a economia brasileira reduziu de maneira significativa a sua dependência externa, de petróleo e recursos financeiros. Também deve ser lembrado o peso dos bancos públicos e das empresas estatais na implementação de medidas que puderam proporcionar a compensação da queda da demanda internacional, assim como a carência de crédito. Mas não basta. O País se acomodou no assunto política monetária, com juros elevados e uma política cambial ainda bastante acanhada.

Dentro da conjuntura econômica mundial, o Brasil não teria motivos para frear, mas também poderia ter avançado mais. E, neste aspecto, ficam os desafios para a próxima gestão, que passam pelo fortalecimento das indústrias e esbarram na necessidade de uma reforma tributária. O câmbio também pode ser tema nessas semanas que antecedem a decisão final das eleições. A política cambial depende de variáveis externas, considerando que a queda do dólar acontece em diversos outros mercados. Além disso, equacionar a questão monetária é urgente, uma vez que o Brasil possui uma das maiores taxas reais de juros do mundo, o que torna o País longe de ser considerado desenvolvido com a manutenção dessa base de juros em sua economia.

A orientação do desenvolvimento de crédito de longo prazo também é imprescindível e não menos importante é a questão da infraestrutura brasileira. Mas para tanto, será necessário aumentar o nível de investimento. E quando o assunto é infraestrutura, vale abordar as questões portuárias e de transporte modal para circulação de produtos. Além da ampliação do investimento em infraestrutura, é necessário que se invista na capacidade produtiva para sustentar o crescimento econômico futuro. Mas de nada adiantará qualquer esforço se não se pensar em uma profunda mudança na política econômica.

No entanto, ao mesmo tempo que os candidatos terão chances de apresentar melhor seus projetos para a economia brasileira, a mim me preocupa o fato de o Brasil ter mais algumas semanas de campanha. Isso representa mais desgaste das contas públicas do País, lembrando que estas já se encontram pressionadas devido aos estímulos econômicos, os que ajudaram a impulsionar a candidatura de Dilma Rousseff (PT). E os desafios permanecem. O Brasil fez superávit primário (medida dos gastos do governo que exclui o pagamento da dívida) de apenas 2,01% do Produto Interno Bruto (PIB), nos 12 meses até agosto. Assim, o País fica longe de atingir sua meta para este ano, de 3,3% do PIB sem manobras contábeis.

Enfim, faltam poucas semanas para o Brasil conhecer o seu novo comandante e os principais temas aqui abordados são alguns dos problemas que precisam estar presentes na pauta do segundo turno. O Governo não pode fechar os olhos para os entraves do avanço do País e para as desigualdades que ainda persistem. O Brasil tem condições de crescer e continuar em plena expansão pelos próximos quatro anos, mas mostrar apenas números fabricados da atual gestão não convencerá. No dia 31 de outubro não será apenas a candidatura da petista Dilma Rousseff e do tucano José Serra que estará em jogo, mas o futuro da economia do País.

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