Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Ações meritórias e segurança pública

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, no início do seu governo, criou as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Estas Unidades têm o objetivo de efetivar o poder estatal em dado território. As UPPs apresentam resultados satisfatórios, que são reconhecidos pela população e pela imprensa. Ações governamentais meritórias devem ser copiadas, diz-nos o bom senso democrático. Gestores não podem, em razão de diferenças partidárias, desconsiderar políticas exitosas que beneficiam a população, resmungam eleitores em conversas com amigos.

Nem sempre as nossas ideias são as melhores, reitera José Alves, vizinho de um ex-governador, com quem conversa uma ou duas vezes durante a semana, ao jogarem dominó aos domingos. “Outras pessoas podem ter boas ideias a oferecer” – continua esse carioca atento às ações políticas dos que os representam. “Na gestão privada, não é pecado copiar nem inovar”, repete há dias isso. Toda semana surge com um mote, instigando debates. Pressuponho que na gestão pública também não o seja, continua José Alves, com cautela, pois sabe que o eminente parceiro de jogo, às vezes, se aborrece com o que lhe chega aos ouvidos, dando cabo até mesmo a partida antes do tempo. Tem autoridade para isso, na vila.

Para sua surpresa, o aposentado governador carioca balança a cabeça em concordância, dizendo em seguida que as UPPs foram e estão sendo instaladas em áreas dominadas por traficantes e milicianos. E que o Rio de Janeiro não é só conhecido internacionalmente em razão das suas belezas naturais, mas também pelo tráfico de drogas. “Como bem demonstra a antropóloga Alba Zaluar, diversas áreas do Rio de Janeiro sofreram e sofrem forte domínio do tráfico de drogas”, esclarece com propriedade a José Alves, ratificando suas palavras. Este, com riso largo, acomoda-se no encosto da cadeira, satisfeito com o que ouve, e acrescenta que o tráfico de drogas possibilitou a criação de estados paralelos. Parece que, desta vez, não haverá discórdia durante a partida de dominó. O jogo, certamente, terminará muito tarde. Lá para perto da meia-noite. As reclamações ficarão por conta do atraso em retornar aos seus lares, ou seja, suas senhoras serão as donas da voz alta. Mas tudo isso é compreensível. O que não o é?

Nos últimos 10 anos, surgiu um novo fenômeno no Rio de Janeiro: as milícias. Isto, de fato, não o é. Compostas por agentes do estado e estranhos a este, expulsaram traficantes e passaram a ditar as regras dos territórios, além de controlar atividades econômicas, como a distribuição de gás e canais de TV por assinatura. Com isto, a população fluminense passou a conviver com o poder do tráfico e com a força das milícias.

O papel das UPPs é trazer de volta para o controle do estado os territórios. Nem traficantes nem milícias. Mas o estado legal. O Estado de Direito. As UPPs são compostas por policiais. Estes ocupam territórios. Geralmente, antes da instalação das UPPs em dado local, são realizadas incursões policiais com o objetivo de enfraquecer os grupos criminosos – traficantes e milícias.

É importante registrar que as UPPs não atuam apenas coercitivamente. Paralelo à instalação das UPPs, são ofertadas políticas de inclusão social. Além disto, os policiais que integram as UPPs são qualificados como policiais comunitários, pois são orientados a se aproximar da população – Polícia Comunitária.

Ações de traficantes e milicianos não são peculiares apenas ao estado fluminense. Em diversas regiões metropolitanas, estão presentes o domínio paralelo por parte de organizações criminosas. Entretanto, talvez não seja exagero afirmar que, no Rio de Janeiro, o tráfico e as milícias têm maior poder bélico, forte pujança econômica e são, portanto, mais visíveis. E isto justifica as conversas nas vilas cariocas, por exemplo, durante partidas de dominó. Com efeito, os gestores de outros estados não devem ignorar o reconhecimento de pessoas como José Alves e seus amigos. Eles espelham a opinião de inúmeros eleitores e cidadãos com o bom senso em reconhecer a oportuna iniciativa no combate de fenômenos criminais que nascem e podem se fortalecer. Portanto, a construção de UPPs é uma ação exitosa no enfrentamento a atos criminais e devem ser seguidos por
outros Estados da Federação. Josés (de inúmeros estados brasileiros) agradecem, enfim.

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