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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Eleição Presidencial 2010 – As minhas, as suas e as nossas dúvidas

Confesso ao leitor que fui assaltado por uma série de dúvidas desde que as eleições 2010 despontaram no cenário nacional. Uma delas foi motivo de um artigo anterior sobre a obrigatoriedade do voto. Com o transcorrer do processo eleitoral e ao término do 1° turno, outras dúvidas surgiram. Creio que a eleição presidencial deste ano é a mais importante de todas as próximas eleições brasileiras. Explico: nos últimos 20 anos o Brasil realizou uma série de transformações políticas, algumas traumáticas, e quase todas por meio de um sistema de troca de favores e benefícios, um tanto obscuros, entre o Executivo e sua base aliada. Portanto, o que está em jogo nesta eleição presidencial é a ética e a reconquista da confiança do povo na moralidade do sistema político e nos avanços democráticos. Por isso, muitas dúvidas surgiram.
Pesquisa Eleitoral. Por que somente após o naufrágio das previsões dos institutos de pesquisa a matéria mereceu atenção dos veículos de comunicação? Durante a campanha e as inúmeras pesquisas divulgadas, a internet foi invadida por questionamentos sobre a metodologia aplicada, em especial sobre o “sorteio” ou “escolha” dos municípios pesquisados. Por que todos se calaram durante o primeiro turno? Sabemos o quanto as previsões influenciam os eleitores menos esclarecidos e abalam os ânimos dos candidatos menos cotados.

Fenômeno Marina. Por que Marina espera a Plenária do partido, marcada para o próximo dia 17, para se manifestar sobre que candidato irá apoiar e, se irá apoiar algum? Pelos quase 20 milhões de votos recebidos, parte pela agenda ambiental e a grande maioria pela bandeira da ética, como uma terceira via na disputa presidencial, creio que Marina deva se posicionar a favor de um dos candidatos, sem barganhar cargos e outras vantagens, mas em troca do compromisso de uma agenda política onde a sustentabilidade tenha um papel de maior destaque. Será a grande oportunidade para o Brasil ter uma gestão comprometida com a principal bandeira do PV e da Marina. Sua neutralidade pode ser entendida como se estive “jogando a toalha” e votando em branco.

Transição. Caso o candidato oposicionista saia vitorioso nas urnas, como transcorrerá o processo de transição? Lembro-me que a transição do governo FHC para o governo Lula foi tranquila, republicana e sem ressentimentos pela derrota nas urnas. Inclusive, antes de deixar o governo, FHC instituiu uma lei prevendo recursos para a montagem de uma equipe do candidato eleito, para receber as informações do governo anterior. Com a soberba e clima de “já ganhou” da situação, mesmo surpreendidos no primeiro turno, como será a sucessão se o candidato oposicionista for eleito?

São alguns questionamentos que me faço, sem paixão ou partidarismo, mas por entender que precisamos avançar e não retroceder. Mas não são somente estas dúvidas que me atormentam. Outras dúvidas, não de menor importância, me assombram, mas não quero incomodar o leitor que, sem dúvida, também tem as suas.

3 Respostas para “Eleição Presidencial 2010 – As minhas, as suas e as nossas dúvidas”

  • Ricardo Dutra:

    Para esse segunda turno, confesso que estou com muitas duvidas. Penso em voto no candidato X, mas o Y está com uma conversa melhor. Não consigo definir o meu voto apartir de um guia eleitoral, percebo uma grande jogada de marketing, muito estudiosos do marketing por trás de tudo. Por isso estou pensando seriamente em colocar o meu voto em branco ou nulo, só que li recentemente em um site que não há diferença entre tais. Tento de toda forma buscar o melhor para o meu Brasil, e eu como um jovem de 24 anos não quero perder o meu voto. Porém acho que irei anular o meu voto, pelo menos até o presente momento.
    Abraços

  • Creio que apesar de mais importante, essas eleições são as mais ‘vazias’ dos últimos anos. Mais vazia de proposta de ética e de coerência dos candidatos à presidência.

    Essa é minha maior dúvida: Onde estão a ética e a verdade desses candidatos, que ora são a favor de uma coisa, ora são contra. Ora falam uma coisa, ora falam outra.

    A candidatura de Marina me fez encantar, denovo, um pouco pela política. Mas depois que o palhaço tiririca foi eleito com 1 milhão e 300 mil votos e mais de 5 milhões de votos foram descartados porque foram votados nos políticos ‘ficha-suja’ voltei a ser descrente com a política brasileira.

    Espero que essa ‘cultura’ mude. Pois não traz benefício algum para o país.

  • Infelizmente o poder da publicidade política ainda impera sobre o poder da consciência política.

    A eleição de Tiririca, que recebeu voto de prováveis 1 milhão de incultos é um demonstrativo numérico do que se sucederá na eleição presidencial.

    Ou seja, apesar de minha opção de voto para presidente já estar praticamente definida, o fenômeno Tiririca é um experimento que aponta para o resultado de que “vencerá quem gritar mais e mais alto”.

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