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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Saneamento como prioridade

Que a população brasileira é carente de muitas das necessidades básicas, isso não é nenhuma novidade. Mas, qual deveria ser a prioridade inicial do governo para tentar melhorar as condições de vida dos brasileiros? A resposta está na saúde e no saneamento básico.

Segundo dados do Ministério das Cidades, o atendimento em coleta de esgotos chega apenas a 46,2% da população brasileira e desse material, apenas 37,9% recebe algum tipo de tratamento. E confirmando esses dados, vale comentar que a coleta de esgoto está presente em todos os domicílios apenas em cinco das cem maiores cidades brasileiras: Belo Horizonte, Santos, Jundiaí, Franca e Piracicaba. A região com maior índice de esgoto tratado é a Centro-Oeste, com 43,1%.

É preciso compreender como o abastecimento de água influencia a vida das pessoas. Por ano, 217 mil trabalhadores necessitam se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados a falta de saneamento. Da mesma forma, o aproveitamento escolar entre crianças que têm e não têm acesso ao saneamento básico é de 18%.

O problema de saneamento e saúde precárias não estão restritos apenas ao Brasil. De acordo com pesquisa realizada em 167 países pela Sociedade Americana de Química (ACS), seis em cada dez pessoas não possuem acesso a saneamento adequado. O que significa dizer que 40% da população global utiliza formas improvisadas de saneamento e mais de 4 bilhões não possuem acesso a algumas facilidades, como sanitários com descarga.

Voltando ao Brasil, os investimentos em saneamento e saúde são mais eficazes para reduzir a pobreza do que gastar com previdência e assistência. Sabe-se que as doenças causadas pela falta de saneamento básico são responsáveis por 65% das internações no Sistema Único de Saúde (SUS). A título de conhecimento, cada R$ 1 investido em saneamento gera uma economia de R$ 4 na área de saúde e, se os investimentos nesta área continuarem no mesmo ritmo que estão, apenas em 2122 todos os brasileiros teriam acesso a esse serviço básico.

Precisamos entender que a falta de saneamento público não é uma característica restrita aos países mais pobres. Na Inglaterra, por exemplo, muitas cidades ainda lançam detritos no mar, sem nenhum tipo de tratamento. A diferença está no que consideramos como prioridade para investimentos. Um saneamento público de qualidade reflete em várias esferas: saúde, educação, geração de empregos e outros.

No Brasil, possuímos vários modelos de saneamento e de administração das redes de esgoto. Em algumas cidades esta administração é feita por empresas privadas, em outras, a administração pública é a responsável. É preciso analisar qual desses modelos funciona melhor e investir pensando como um todo.

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