Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Reflexões sobre o ENEM

Cerca de sete universidades federais que selecionaram os seus calouros por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) não preencheram as suas Vargas. Ocorreu vazamento da prova do Enem. O Enem só será feito uma vez por ano. O Sistema Unificado (Sisu), criado pelo governo Lula em 2009, para unificar os vestibulares, apresentou e apresenta falhas tecnológicas graves.

Por que sobraram vagas nas instituições federais? Cinco explicações/hipóteses possíveis: 1) concentração de alunos em dadas instituições federais, as quais estão localizadas em regiões mais desenvolvidas economicamente; 2) nem todas as instituições federais excluíram o seu vestibular; 3) alguns cursos oferecidos pelas instituições federais não possuem demanda; 4) existe forte demanda por alguns cursos – demanda concentrada; 5) não existe número expressivo de alunos qualificados para serem aprovados no Enem.

O aluno podia escolher a instituição para seus estudos. Alunos de regiões com menor desenvolvimento socioeconômico optaram por instituições públicas presentes em estados com maior desenvolvimento econômico – hipótese. O Enem, aparentemente, democratizou o acesso ao ensino superior. Contudo, nem todas as instituições federais abandonaram o vestibular próprio.

Apesar do presidente Lula ter criado diversas instituições federais e autorizado estas a criarem novos cursos (Programa Reuni), a demanda por áreas no ensino superior parece está concentrada. Embora tenha diminuído a diferença de investimento entre ensino superior e ensino básico, o governo Lula ainda não conseguiu melhorar a qualidade do ensino básico e médio. Portanto, ainda é incipiente no Brasil a igualdade de oportunidades.

De acordo com o governo, o Enem não pode ser feito duas vezes ao ano, por conta da falta de estrutura. Demanda tempo. A organização precisa ser perfeita, pois fraudes não podem existir. Ora, se o Estado não tem condições de operacionalizar o Enem, por que o criou? A realização do Enem duas vezes por ano aumenta o leque de oportunidades para os estudantes.

As falhas tecnológicas no Sisu criaram euforia, em dado instante, para alguns estudantes. Em outro momento, estes mesmos estudantes que comemoram a entrada numa instituição pública choraram. O Sisu, em razão de falhas tecnológicas, aprovou nomes que não estavam aprovados. Foi árdua também para muitos alunos a escolha da instituição pública. O Sisu não permitia. A conexão caía. O registro do nome dava erro. Enfim, o Sisu não funcionava.

As falhas do Enem evidenciam que o governo Lula e também o próximo governo precisam modificar a sua política educacional. A busca da qualidade do ensino básico e médio deve ser prioridade. Inclusive, a iniciativa privada pode vir a contribuir. Por que não criar o Prouni do ensino médio? Talvez seja necessária a federalização do ensino básico e médio. É possível existir relação entre a aplicação de recursos na educação por parte dos estados e municípios e qualidade de ensino.

O Enem pode ser mantido. Contudo, ele precisa ser democratizado. Isto é: todas as instituições federais precisam aceitá-lo como instrumento único de acesso. O Estado brasileiro necessita dar eficiência à operacionalização do Enem. O Enem precisa adquirir o respeito e a confiança dos estudantes. Instituições federais não podem ser criadas apenas por motivos políticos. A demanda, inclusive por curso, precisa ser considerada. Enfim, a educação superior privada precisa receber condições para o seu crescimento.

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