Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Um novo Brasil

Novos costumes. Novas crenças. Novos valores. Novas ideias. Temos um novo Brasil. Este novo Brasil é especialmente representado por uma nova classe média brasileira, a qual é retratada por Amaury Souza e Bolívar Lamounier no livro “A classe média brasileira – ambição, valores e projetos de sociedade”. É representada, também, pela pesquisa Tendências da Maioria realizada pelos Institutos Datafolha e Data Popular. Segundo esses trabalhos, a classe C representa a nova classe média brasileira.

Nos últimos anos, lentamente, em razão do crescimento do consumo e da expansão do ensino superior, indivíduos emergiram da classe D para a classe C. Com isto, mais consumidores adentraram no mercado. Mais pessoas – com maior nível de instrução e, por consequência, com maior capacidade para aproveitar as oportunidades do mercado – estão presentes na sociedade.

De acordo com a obra de Amaury Souza e Bolívar Lamounier, a classe C considera a educação como variável que possibilita a mobilidade social – assim como as classes A e B. Isto significa que investir em educação é adquirir crescimento profissional. Este, por sua vez, cria potenciais consumidores. Mais renda, mais consumidores. Menor desigualdade social. Se a nova classe média reconhece a força da educação, assim como as classes A e B já reconheceram, posso apostar no crescimento da economia brasileira.

Amaury Souza e Bolívar Lamounier afirmam, contudo, que os indivíduos, em particular a classe C, reconhecem a importância do diploma universitário. Contudo, eles sabem também que o diploma não é tudo. Neste caso, compreendo que os brasileiros reconhecem as mutações constantes do mercado de trabalho. Deste modo, eles sabem que precisam continuar estudando.

A pesquisa de Souza e Lamounier revela que 55% dos entrevistados da classe C desejam ter o seu próprio negócio. E 45% almejam um emprego estável, com carteira assinada. Estes resultados mostram que uma parte dos indivíduos deseja ser empreendedor. E uma parte menor, mas significativa, deseja a estabilidade. Constato, portanto, que a atitude empreendedora está presente na classe C. Mas também, observo que muitos indivíduos ainda estão à procura da estabilidade, que poderá vir através do emprego público conquistado através de concurso público.

Pesquisas dos institutos Datafolha e Data Popular mostram que 55% da classe C possuem caderneta de poupança. E 60%, cartão de crédito. Afirmo, com base nestes resultados, que os indivíduos da classe C adentraram no sistema financeiro, buscam crédito e também poupam. Saliento que o ato de poupar contribui para que o estado adquira condições de investir em infraestrutura.

É importante destacar que a maioria dos jovens brasileiros está nas classes C e D. Sendo assim, é fácil prever que se continuar a expansão da economia brasileira, a classe C aumentará, assim como o mercado consumidor. E, por consequência, a desigualdade social diminuirá.

De acordo com a pesquisa dos institutos Datafolha e Data Popular, 95 milhões de brasileiros fazem parte da classe C. Neste sentido, constato que um novo e promissor Brasil existe. No entanto, o Brasil tem dois desafios: contribuir para que a mobilidade social continui fortemente presente em nossa realidade social e que a classe C não seja a única a receber mais novos indivíduos. As classes A e B também precisam crescer, e a consequência disto será maior desenvolvimento e menor desigualdade social.

Uma Resposta para “Um novo Brasil”

  • Geronildo Jr.:

    O assunto apresentado no post é bastante animador e, neste cenário apresentado eu também sou um crente de que o crescimento econômico de nosso país esteja em ascendência. Contudo, senti a ausência de um dado – muito importante – que é a Classe D, que por exemplo, tem o telefone móvel não mais como artigo de luxo (dado a dimânica da concorrência da área de Telecom), o que vem movimentado o setor fazendo as empresas do ramos esbanjarem criatividade e risco. Também tenho a preocupação da regionalização “sudestina” de resultados de pesquisa apresentada como realidade brasileira. Este é um mau que afeta diretamente as estratégias econômicas adotadas até pelo setor privado para o N-NE.

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