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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

O Brasil em mutações

A ciência sociológica não despreza as mutações sociais. Sociedades mudam. Tal como os filósofos Platão, Comte, Lamarck e Darwin, há sociólogos atentos às mudanças. Enquanto Platão reagiu às mudanças, tentando sustá-las, os cientistas de hoje tentam prevê-las e, claro, colocá-las sob o controle racional. E isto configura uma tentativa de “domesticá-las”. É que elas ainda não isentam receios. Sobretudo, em suas relações com as instituições.

Hoje, são muito mais rápidas. Não é apenas a previsão delas que inquieta o estudioso, mas o desejo de tê-las antecipadamente, assentá-las em planejamentos. Tal aspiração se levanta sobre duas pernas: o interesse de Platão em sustá-las e a doutrina de Marx sobre a sua inevitabilidade. Em síntese, como consequência, lembro ao leitor o que Hegel nos deixou: na impossibilidade de a mudança ser barrada, que ela seja ao menos planejada e controlada pelas instituições – ampliando, sobretudo, o poder do Estado.

Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Raimundo Faoro, Roberto DaMatta e Jessé de Souza são alguns dos hermeneutas da sociedade brasileira. Inúmeras instituições estiveram e estão atentas ao que é produzido por nossos estudiosos. A tese da miscigenação da sociedade brasileira foi de Gilberto Freyre. Sérgio Buarque e Faoro trouxeram a tese do patrimonialismo. DaMatta mostrou que a sociedade brasileira é hierárquica. E Jessé de Souza revelou o dia a dia dos batalhadores: os novos integrantes da classe média.

A releitura das obras destes autores e os recentes dados do IBGE revelam mutações na sociedade brasileira. De acordo com o IBGE, no ano de 2010, ainda existia uma diferença grande de rendimento salarial entre brancos e negros. Revela-se, portanto, que o mercado de trabalho, por variados motivos, não se democratizou no âmbito da raça. Ainda de acordo com essas pesquisas referentes a 2010, as mulheres já estão à frente de 39% das residências brasileiras. Estes dados revelam que mais mulheres estão no mercado de trabalho. Fenômeno positivo, pois sugere que a discriminação de gênero tem diminuído no mercado de trabalho. Segundo o Instituto, as residências abrigam, atualmente, apenas 3 pessoas em média. Neste caso, ocorre, em ritmo constante, a diminuição da taxa de natalidade.

E a escola brasileira? Apenas 3% das crianças estão fora da escola, segundo o IBGE (Ano de referência: 2010). Neste sentido, cria-se a hipótese de que o Brasil avança quantitativamente na educação. Mas que a inserção educacional não mais se limite à estada em sala de aula. O virtual não deve se visto como um terceiro espaço. Esse processo de virtualização fez surgir o ensino a distância. A práxis social se contextualiza no processo da virtualização da escola. A desterritorialização de espaços-tempo é o desafio da escola de hoje. Nós, empreendedores educacionais, temos esse compromisso vindo com as mudanças sociais. Mais parcerias com o Estado devem ser firmadas para essa necessidade social. É que a troca não está mais enraizada na interação face a face, apenas. Assim como também não está no verbal, somente. Não nos assustemos com as mudanças. Sejamos hegelianos. A interação amplia-se para a troca entre o usuário e a máquina. Amplia-se entre o usuário, a máquina e o texto. Enfim, a escola deve estar sem muros. A melhoria da qualidade educacional brasileira necessita de novas configurações.

As mudanças chegam. Mas é comum chegarem não em passos harmoniosos. Marx já nos deixou essa lição. A sociologia do conhecimento nos faz entender que as questões sociais e políticas não se desenvolvem em laboratório ou no vazio, mas em atmosferas socialmente condicionadas. O melhor ajuste às mudanças é, inicialmente, lembrando Kant, permanecer receptivo e, em seguida, investigar, comparar, unir, generalizar sem acreditar na uniformidade da humanidade, pois não há ( enganou-se Hegel ) como sistematizar um único planejamento para oportuna intervenção pública. Deixamos você com a reflexão de que a necessidade, amigo leitor, cara leitora, é a de fazer projetos onde as contradições não precisam ser radicalmente evitadas. Enquanto isso, estejamos sempre revisando e trazendo novas intervenções, pois a mudança nos impõe que tudo é inconclusivo. Pelo menos, em longo prazo.

Uma Resposta para “O Brasil em mutações”

  • Joás:

    parabens doutor janguiê ,pra mim é um privilegio participar do curso de direito ,em uma faculdade quem tem tudo pra ser a melhor ,vai ser difícil daqui alguns anos para as outras faculdades concorrerem!só vai da Nassau nas cabeças!

    ñ deixe de postar sempre suas noticias , pois são de grande riquesa para os estudantes tb !

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