Fusões e aquisições, com cautela
A crise econômica mundial, pelo menos no meio corporativo, parece ter ficado para trás. Depois da turbulência financeira que teve início no último trimestre de 2008, as empresas em todo o mundo começam a vislumbrar dias melhores. As fusões e aquisições cresceram, no primeiro trimestre deste ano, cerca de 55% a mais que no mesmo período do ano passado. Mas ainda assim, o alerta é de cautela.
Diferente do cenário observado em 2009, e até mesmo com um certo reflexo em 2010, as multinacionais anunciam grandes uniões e compras de outras empresas. Somente no ano passado, foram R$ 184,8 bilhões movimentados com esses procedimentos, e o valor é o maior registrado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Os números mostram uma tendência de recuperação. Esta semana já foram movimentados com aquisições cerca de US$ 27 bilhões. E dentre os exemplo, podemos citar a compra das ações da SFR, operadora francesa de telefonia móvel, por parte da empresa de mídia Vivendi. Era o que faltava para a o controle total da empresa sobre a operadora. Seguindo o processo, a Pfizer anunciou a venda da produtora de cápsulas Capsugel ao fundo de investimentos KKR. Outra: o grupo químico belga Solvay adquiriu a farmacêutica Rhodia e, no setor de tecnologia, a Texas Instruments comprou a National Semiconductor. Para completar, o fundo Apax Partners comprou a Epicor e a Activant, fabricantes de softwares empresariais.
E novos negócios devem ser fechados em breve, no mundo corporativo. A mineradora chinesa Minmetals já demonstrou interece na compra da produtora de cobre Equinox. A oferta chegou a US$ 6,5 bilhões. E o Google ofereceu US$ 900 milhões por patentes da empresa de telecomunicações Nortel.
No entanto, por trás das compras de grandes empresas, está o alerta: não se deve ir com muita sede ao pote. Os especialistas de mercado acreditam que a cautela é fundamental, mesmo porque os processos de fusões e aquisições dependerão da continuidade do crescimento da economia mundial, ou seja, do aumento do PIB (Produto Interno Bruto). Mais que isso, dependem da força do mercado de capitais e dos eventos internacionais.
E o mundo ainda está frágil. Os desastres naturais, como o ocorrido recentemente no Japão, e a lenta recuperação econômica em alguns locais, a exemplo da Grécia e Portugal, são fatores que aclamam por cautela. A expansão das compras e uniões deste ano soma uma movimentação superior a US$ 800 bilhões. O valor é alto, as empresas estão animadas e o mundo, esperançoso. Mas todo cuidado é pouco.
Utilizando como exemplo da grande Oi (Grupo Telemar) que praticamente foi obrigada a “engolir” a BrT ou seria comprada! Particularmente, para este caso a ajuda do governo foi fundamental para fazer a empresa sair do vermelho e “digerir” bem a aquisição – controlando uma azia aqui outra ali.
Mas, resumindo: as vezes “comprar é questão de sobrevivência”. Logo, não dá pra ter tanta cautela assim.
Acredito SIM, em cautela em todas as decisões que tomamos…. principalmente falando de grandes empresas que englobam milhões e milhões de dólares em suas transações. Trabalhei na OI como o amigo citou e no Unibanco. A fusão Unibanco/Itaú foi sem dúvida algo “necessário” para o unibanco que a cada dia perdia mercado, mas mesmo assim tiveram TOTAL cautela, dando um prazo de 18 meses para ver se realmente seria a estratégia certa a ser seguida. Já a OI (Grupo Telemar) está ligado mais a um jogo político, onde o objetivo seria torna-lá estatal…. mas como isso nao foi possível, o filho do ex-presidente tornou-se Presidente do Grupo.
Resumindo: Concordo que as vezes “comprar é questão de sobrevivencia”… Mas a cautela mesmo nessas situações se faz necessária.