Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Ensino superior mais acessível

Aos futuros feras, um bom motivo para começar 2007 com ânimo renovado: ingressar em uma instituição de ensino superior, privada ou pública, nunca foi tão fácil como agora. Segundo dados do Censo do Ensino Superior 2005, a relação candidato/vaga nas faculdades brasileiras vem caindo gradativamente ao longo dos últimos cinco anos. Entre 2000 e 2005, a concorrência passou de 3,9 candidatos por vaga para 2,1. O avanço das instituições privadas é apontado como um dos principais desencadeadores desse fenômeno, que atinge também as públicas. Em alguns estados, como Minas Gerais, faculdades privadas já derrubam a procura por universidades federais.

No vestibular deste ano, a procura pelos cursos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) caiu aproximadamente 7% – mesmo percentual registrado em 2005. De 15,8 candidatos por vaga passou para 14,5 e, agora, para 13,4. Considerando o número de vagas que permaneceu inalterado em relação ao ano anterior, o crescimento anual da quantidade de concluintes do ensino médioe, ainda, os candidatos reprovados do ano anterior que, provavelmente, prestarão vestibular novamente, o que pode ter acontecido? Uma explicação mais provável está ligada a dois principais fatores: à expansão das faculdades privadas e à criação de programas de inclusão.

Até o final da década de 90, a expansão do ensino superior ainda não acompanhava o ritmo de crescimento da população em idade universitária, o que tornava a disputa por uma vaga, a cada ano, mais acirrada. A situação foi mudando a partir do ano 2000. Nesse ano, o vestibulando precisava enfrentar quase nove candidatos para conseguir uma vaga em uma instituição pública. Meia década depois, o número passou para 7,4, como resultado da ampliação da oferta de vagas nessas instituições e da transferência de demanda para faculdades privadas. Nestas, o crescimento acelerado fez com que a relação candidato/vaga despencasse de 1,9 para 1,3 (uma queda vertiginosa).

A carência de vagas deixou de ser, portanto, o grande entrave para o acesso ao ensino superior. Pelo terceiro ano consecutivo, a oferta de vagas foi maior que o número de concluintes do ensino médio. Mesmo assim, isso não impediu que 89,1% dos jovens entre 18 e 24 anos ficassem fora da universidade. Por um motivo simples: muitos não podem pagar as mensalidades. Nesse sentido, os programas de inclusão contribuíram – e muito – para a ampliação do acesso ao ensino superior. Iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni), do governo federal, têm ajudado a resolver esse impasse, oferecendo vagas gratuitas em faculdades privadas a jovens carentes, em troca de isenção de impostos.

Com a criação de vagas no ensino superior e o apoio a iniciativas como o ProUni, o setor privado deu um passo importante. Também mostrou, por meio do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade), que pode oferecer, além de vagas, qualidade de ensino. Segundo a avaliação, a diferença de desempenho entre as instituições privadas e as públicas foi menor que 5% quanto ao conhecimento agregado aos alunos duranteo curso. Para se alcançar a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), de incluir ao menos 30% dos jovens na universidade até 2011, serão necessárias ações mais amplas. É preciso igualdade de oportunidades para quem pode e não pode pagar.

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