Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

A ideologia no Brasil

Em 1989 era posto abaixo o Muro de Berlim. Era colocado, portanto, um fim à divisão entre capitalistas e socialistas. Correto? Na verdade, não. A ideologia permanece. Aliás, definir o que é ideologia é um desafio das ciências sociais. Por muito tempo, cientistas sociais procuraram fazer tal esclarecimento. É certo que após a queda do Muro, ocorreu, como bem propôs Francis Fukuyama, o fim da história. A divisão clássica do mundo entre capitalismo e socialismos perderia força. Mas não deixaria de existir.

Chegamos ao século XXI e, ainda hoje e diante de novas agendas, os estereótipos ideológicos permanecem. Os nomes atuais são “esquerda” e “direita”. Sim, atores políticos, partidos e a imprensa são classificados partidariamente. Há os que vão além, e são qualificados de “extremo”, dando-se ênfase à sua posição ideológica.

No Brasil, o assunto é confuso. Ideologia por vezes é algo que se perde em seu contexto. Diferenciar com clareza quais são os atores de esquerda e de direita no Brasil é uma árdua tarefa. Mais que isso, saber qual é a agenda da esquerda e da direita. Por outro lado, nos Estados Unidos e em países europeus consegue-se identificar as agendas. Com base na história do pensamento político, reconhecemos que ser de esquerda é ser republicano, defensor das liberdades individuais e, por consequência, dos direitos humanos. A direita, portanto, é a antítese da esquerda.

No entanto, é mister que se traga a discussão para a coisa pública, um bem de todos. O estado serve a todos. E não a uma minoria. Estados não podem ser reconhecidos como espaços privilegiados de determinados grupos. Os recursos financeiros do estado devem atender à demanda da sociedade. A utilização do estado para fins privados contrariam os princípios da República, quais sejam: transparência e prestação de contas.

Os indivíduos devem exercer as suas liberdades individuais. Inclusive, as liberdades econômicas. Estados ou grupos privados não podem garantir monopólios econômicos. E nem frear a liberdade de expressão dos indivíduos. O estado deve ser o garantidor das relações comerciais. Inclusive, quando diante de práticas não adequadas ao bom funcionamento da economia capitalista, é o estado que deve intervir.

As opções dos indivíduos devem ser respeitadas. Inclusive, as opções polêmicas. Esclarecemos que os Tribunais Constitucionais existem para dirimir quaisquer dúvidas quanto ao exercício dos direitos individuais. Os direitos humanos são valores que não podem ser contrariados. O estado deve garanti-los e reconhecê-lo diante da sua complexidade. Isto é: a coerção deve ser instrumento garantidor do exercício dos direitos.

Observamos na realidade brasileira a presença dos valores mencionados nos principais partidos da cena institucional. Portanto, constatamos que eles estão numa mesma cesta ideológica. Ao contrário do que observamos nos Estados Unidos e na Europa. Nestes é visível a presença de agremiações partidárias defensoras da xenofobia e de práticas ditatoriais. Ao menos no Brasil, a realidade se difere, uma vez que não constatamos esses valores nos principais partidos brasileiros.

Então, como classificar os partidos do Brasil? São agremiações que podem ser reconhecidas como de esquerda. E que contribuem, diante dos seus valores, para a consolidação da democracia brasileira. Por outro lado, propomos que os partidos procurem se diferenciar, pois desta forma, a personalização da política será reforçada, mesmo diante de uma quase impossível reforma política.

Sim, o Muro de Berlim foi abaixo há mais de vinte anos, entretanto as ideologias não ficaram nos escombros. Socialismo e capitalismo permanecem. As definições simplistas cabem numa minúscula cesta, qual seja: ser de esquerda é ser socialista; e ser de direita é ser capitalista. E no Brasil, a premissa é a mesma. O que não se pode permitir é que os estados privilegiem pequenos grupos. Mas sobre a ideologia, não há como negar. Ela existe.

2 Respostas para “A ideologia no Brasil”

  • Rebeka Cavalcanti:

    Infelizmente ou felizmente (Depende do ponto de vista) o estado privilegia sim, pequenos grupos, por interesses próprios e ajudar a sociedade se torna uma conseqüência. Na teoria, acredito que há Partidos de Direita – que privilegia a classe mais nobre, e Partido de Esquerda – que privilegia a classe trabalhadora.

    Acredito, também, que é muito difícil encontrar Políticos “honestos”, afinal, a grande maioria defende seus próprios interesses ou interesses de seus aliados – como a maioria dos Deputados e Senadores fazem.

    E nós, a grande maioria da sociedade, que estamos de fora olhando para os políticos, achamos que eles são de caráter uma das piores pessoas – sem senso de humanidade e humildade. Eu, particularmente, se estivesse no lugar deles também acabaria defendendo meus interesses pessoais ou interesses de meus aliados – os quais possivelmente me ajudaram na minha campanha política, isso funciona como uma troca de favores. E na vida, se pararmos pra pensar, tudo gira em torno de favores.

    A sociedade é que não deve julgar ninguém, afinal, se estivesse no lugar deles será não fariam da mesma forma?

  • France Lima:

    No Brasil os centros de formação são quase 100% de pensamento de esquerda, assim.como as midias de modo geral. Atualmente o pensamento dominante nesses centros é absoluto,há na verdade uma imposição radical que suprime qq.um que queira se posicionar de outra forma. Nas universidades e escolas públicas é pior poisacaba gerando perseguição em que se atreve a expressar um idéia dita de direita.

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