Negligência de gastos gera crise na Europa
A Grécia, lembrada por ser o berço da cultura, hoje vive uma crise fiscal intensa, resultado de gastos excessivos, empréstimos pesados e uma receita atingida pela alta evasão de impostos. O país, que já recorreu a empréstimos bilionários, enfrenta problemas para tentar refinanciar as dívidas que giram em torno de 300 bilhões de Euros (ou 700 bilhões de Reais).
O déficit no orçamento, ou seja, a diferença entre o que o país gasta e o que arrecada, foi, em 2009, equivalente a 13,6% do PIB, um dos índices mais altos da Europa e quatro vezes acima do tamanho permitido pelas regras da chamada Zona do Euro. O montante da dívida e a situação interna, particularmente preocupante, deixaram os investidores relutantes em emprestar mais dinheiro ao país. Hoje, exigem juros bem mais altos para novos créditos.
Com a tentativa de sanar as pendências, a Grécia recorreu ao pacote de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e à União Européia. A medida prevê cortes de gastos de 28 bilhões de Dólares, aumento de impostos e a implantação de um plano de privatizações. Em meio a tantos refinanciamentos e intervenções econômicas emergenciais, é crescente na Europa o temor de um iminente calote da dívida por parte dos gregos. Um cenário que pode inclusive se tornar generalizado, visto que países como Portugal, Itália, Espanha e Irlanda também enfrentam uma realidade econômica fragilizada.
A atual crise econômica na Grécia mostra, portanto, a necessidade do controle dos gastos públicos. Estados devem gastar vislumbrando o crescimento econômico. Um trabalho que exige disciplina e dedicação. Com essa nova tentativa de reestruturação, a previsão mais otimista é de que o país europeu só tenha maior credibilidade junto ao mercado financeiro a partir do próximo ano.