Em defesa da paridade representativa
A decisão do Ministério da Educação de excluir representantes de universidades e sindicatos da lista dos que indicam membros para o Conselho Nacional de Educação fragiliza o caráter representativo do CNE. A iniciativa de se pretender formar um Conselho composto exclusivamente por pesquisadores e estudiosos do setor, a priori, pode indicar uma intenção de que os membros tenham uma visão mais holística da Educação, evitando que interesses corporativos interfiram nas decisões. No entanto, é difícil imaginar uma composição totalmente neutra, sem vinculações com instituições, sejam públicas ou privadas, mesmo porque a plena neutralidade é epistemologicamente impossível. Utópica, em se tratando de política. A arbitrariedade da medida do governo em expurgar a paridade representativa do órgão colegiado, indicando membros que lhe forem convenientes para o exercício de funções normativas e deliberativas, é um desrespeito à democracia.
Concordo plenamente. O CNE deve ter um caráter plural, sem discriminar nenhum dos segmentos da educação, particularmente do ensino superior.Como falar em neutralidade diante dos vários casos de aparelhamento e partidarização de conselhos e instituições?
Como discutir o “público versus o “privado”, quando o patrimonialismo e o fisiologismo continuam apitando no estado brasileiro?