No país do desemprego, sobram vagas em multinacionais
Num país onde o desemprego atinge cerca de 10% da população, como revela a última Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, aplicada nas principais capitais do Brasil, pode parecer um contra-senso a sobra de vagas de empregos em muitas multinacionais. Isto é resultado da falta de mão-de-obra qualificada. A escassez de profissionais atinge uma das áreas mais cobiçadas até pouco tempo: a engenharia. Com a estagnação econômica que marcou os anos 80 e 90, o curso de engenharia perdeu o glamour e hoje a falta de profissionais na área põe em risco a retomada do crescimento. De acordo com a Federação Nacional de Engenheiros, para atender os projetos de investimentos previstos para o próximo ano, que incluem as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), será necessário que as universidades preparem cerca de 50 mil novos engenheiros por ano. Atualmente o número anual de formados não ultrapassa os 20 mil. Evidentemente, o problema não é exclusivo da área. Setores como o financeiro, de informática, de telecomunicações, entre tantos outros, têm o crescimento comprometido pela falta de profissionais qualificados. Independente do ramo, a solução é única: investir na educação continuada, com cursos de extensão e pós-graduação. A graduação deve ser apenas o “bate-estaca” para alicerçar uma obra cujo projeto é a construção de um país desenvolvido.