A pedagogia da libertação
Há exatamente dez anos, sentimos a ausência em nosso convívio de um cidadão do mundo. Na sua simplicidade, fora ele uma das personalidades mais vigorosas na teoria da educação e legou ao nosso país um prestígio internacional sem precedentes, no âmbito acadêmico.
Perseguido pelo golpe militar, ganhou o mundo e tornou-se um dos mais respeitados educadores do século 20. Seu nome: Paulo Reglus Neves Freire. Nasceu no Recife, no dia 19 de setembro de 1921, e morreu em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997.
A sua pedagogia da libertação é a pedagogia do oprimido. O oprimido pelas circunstâncias e condições materiais de vida, de miséria, de ignorância, de abandono, mas também do oprimido visto assim como todos os indivíduos presos à banalidade, à superficialidade, ao egoísmo, ao individualismo, o oprimido que não tem a capacidade de reconhecer o outro distinto de si, o oprimido que, pela sua condição alienada, oprime o seu semelhante.
A pedagogia da libertação tem como centro de referência o gênero humano na sua totalidade, em contato com os seus semelhantes e com a natureza. Objetiva a transformação da vida, através de uma educação libertadora, a partir dos espaços, vivências, experiências, culturas, sociabilidades dos oprimidos de todo o gênero. Propõe-se a educar a partir das experiências que as pessoas acumulam ao longo da vida, do que eles têm a dizer, do que eles têm a fazer e a projetar. Neste contexto, educar não significa reproduzir conhecimentos pré-estabelecidos, induzir pessoas a incorporar valores que não têm a ver consigo, com sua comunidade e com mundo. Por isto, não deve nunca está centrado no professor, no educador, mas no educando. Ele é centro de referência.
A pedagogia freireana integra, pois, os autos estudos da chamada teoria social crítica. Ela nasceu em meio à repressão e ao obscurantismo. Nasceu e vive prioritariamente no seio dos movimentos populares, mas não pode deixar de integrar as práticas pedagógicas de todos os níveis, sejam elas públicas ou privadas.
Esta tem sido a preocupação, a prioridade, opção dos que fazem a Faculdade Maurício de Nassau: ter como centro de referência um ensino e uma aprendizagem críticos e reflexivos, envolver os diversos centros acadêmicos em uma perspectiva interdisciplinar, adotar uma linha de pesquisa e de aprendizagem a partir dos valores artísticos e culturais – eruditos e populares – do nosso Estado, da nossa região e do País. Sem, contudo, deixar de conectá-los com uma ética de caráter universal, que tenha como centro de referência a criatura humana – sua liberdade, potencialidade, individualidade, sociabilidade.
Lembrando Rainer Maria Rilke, “escritor mais atual e permanente do nosso tempo” (segundo Otto Maria Carpeaux), se orientarmos nossas ações ao que houver de mais difícil – aparentemente -, em pouco tempo tudo se tornará mais familiar. É não pensar nos obstáculos ou na árdua estrada, mas é nos lançarmos na vida com a propriedade e o vigor indispensáveis, assim como bem o fez o educador Paulo Freire. Viver em sociedade é não andar mal disposto.
Parabém pelo artigo! Falar de Paulo Freire é falar de uma educação eficaz em que privilegie a formação integral do homem, uma vez que, a teoria social crítica integra a reflexão das ações docentes primando por um ensino de qualidade para todos de igual oportunidades. Falar de Paulo Freire é lembrar de uma grandeza patrimonial como referência Nacional e Internacional. Lindo texto. Li e gostei.
Sou professora,Pedagoga, apaixonada pela vida e acredito que é a educação que salvaguarda a beleza do universo: A vida.
Pedagogia da Libertação O Caso do Ensino Médico.
A redemocratização brasileira vem promovendo mudanças na educação e nas práticas médicas que ainda se encontram aquém da realidade e das necessidades nacionais. As escolas médicas não conseguem desenvolver um novo modelo que permita superar esse estágio de insatisfação da sociedade e de seus alunos. A violência escolar perpetrada por suas práticas pedagógicas e educacionais não permite o desenvolvimento de um ambiente satisfatório ao processo ensino-aprendizagem: burocracia, excesso de regulamentações, ausência de diálogo e de instâncias participativas, imposição de conteúdos e disciplinas, arquitetura (muros, grades, catracas e sirenes) tornam professores e alunos reféns do discurso da ordem e da produtividade. Não é mais possível admitir e permitir que o cotidiano da escola opere completamente à revelia dos anseios de seus atores constitutivos. A escola, através dos seus gestores, precisa trabalhar no fortalecimento da sua capacidade de transformação, de auto-crítica e aperfeiçoamento, de forma análoga a que espera de seus estudantes. Não há democracia sem emancipação, sem uma formação que permita aos sujeitos uma atuação crítica, política e ética.
Muito boa sua colocação sobre a Pedagogia do oprimido de Paulo Freire. Sou estudante do curso de pedagogia, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, estou no 4º período; atualmente estou estudando o pensamento freiriano, seu artigo foi de grande valia para minhas pesquisas. Parabéns!
Parabéns pela colocação da obra de Paulo Freire “Pedagogia da Libertação” mim ajudou bastante muito bem explicado e desenvolvido . Sou estudante do curso pedagogia pela faculdades Dom Luiz estou estudando sobre a importância de Paulo Freire para a educação
Parabéns pela escrita, um excelente texto. Sou estudante de pedagogia e os textos de Paulo Freire faz s diferencia em minha vida tanto pessoal com profissional. Parabéns!
Obrigado pela matéria gostei, falar da teoria “Pedagogia da Libertação” é relembrar o desenvolvimento do Internacional Paulo Freira que muito fez para o desenvolvimento da vocação do Ensino de Aprendizagem…. Agradeço a vocês mesmo por poderem me ajudar com o conceito de “Paulo Freira”.