A morte de um ditador
Esta semana, aos 58 anos, morreu Hugo Chávez, presidente da Venezuela. A notícia não foi tão surpreendente devido ao estado de saúde do político, que lutava contra o câncer e estava bastante debilitado após 4 cirurgias. O fato é que amado e odiado por muitos, Chávez escreveu seu nome na história venezuelana e, porque não dizer, mundial como um ditador anti-imperialista.
No poder desde 1999, o Tenente-coronel do Exército da Venezuela tentou chegar ao poder pela primeira vez através de um golpe de estado, em 1992. Ao assumir o governo de forma democrática, em 1999, Chávez logo colocou em prática a sua chamada “revolução bolivariana”. Todo seu governo ficou marcado pela estatização de grandes indústrias e da máquina petrolífera da Venezuela, principal produto da economia do País.
Chávez concentrou o máximo dos poderes que pode em suas mãos. O socialista era grande amigo de Fidel Castro, além de presidente, era comandante chefe das Forças Armadas e presidente do PSUV. Além disso, seus partidários controlam a maioria dos parlamentares e ostentam uma maioria no Supremo Tribunal de Justiça. Ou seja, todos morriam de medo dele.
Apesar da política despótica, durante o seu mandato, as relações políticas e econômicas da Venezuela foram estreitadas com alguns países também governados por gestores populistas, como o próprio Brasil, Equador e Cuba. Contudo, as relações com outros países se tornaram conturbadas, como com os Estados Unidos.
Popular, seguidor de Símon Bolivar, socialista e anti-imperialista. Hugo Chávez tentou mudar a Venezuela com sua política de redistribuição da renda do petróleo – cujo país é o quinto maior exportador mundial do produto. Mas, não houve diversificação do campo produtivo e o principal motor da economia continuou sendo o petróleo. A crise econômica afetou duramente a Venezuela, com a queda do valor do barril de petróleo, Chávez quase viu o país quebrar e a escassez de alimentos se tornou uma realidade para os venezuelanos.
Mas nem tudo no governo Chavista foi espinhos. Foi durante seu governo que, de acordo com a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), a pobreza na Venezuela caiu mais de 20%, e o país registrou a menor desigualdade entre ricos e pobres entre nações latino-americanas, com 0,41 no índice de Gini. Foi dele, também, a criação de programas sociais de saúde e educação em cooperação com Cuba – a Venezuela recebia assistência de médicos e educadores cubanos em troca de petróleo.
Apesar de ter destinado seu governo para os mais necessitados, Chávez não conseguiu eliminar uma das maiores mazelas econômicas da Venezuela: a inflação no País atinge índices que chegam aos 30%, a inflação da América Latina. Além disso, o socialista pecou em não criar uma política econômica capaz de evitar a recessão ou de diminuir os índices de criminalidade nas ruas.
A Venezuela ficou órfã de seu maior nome político, o ditador Hugo Chávez, que, querendo ou não deu sua contribuição para o país e agora, resta esperar que o País encontre seu caminho na democracia, na paz e nas relações internacionais, que durante o seu regime não inexistia .
ditadura com oposição (bastante feroz, inclusive), eleições declaradas legítimas pela comunidade internacional, mandato com início e término definido e imprensa livre (se duvida, é só ver a cobertura que as tvs e jornais venezuelanos fizeram do governo chávez)? sério mesmo? é como diz o ditado: democracia é quando a gente tá no governo, ditadura é quando a gente tá fora…