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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Violência nos estádios: de quem é a culpa?

Mais um episódio bárbaro de violência marca o futebol brasileiro e tem repercussão mundial. No Recife, um torcedor morreu após ser atingido por um vaso sanitário arremessado de dentro para fora do estádio do Santa Cruz. Esse foi mais um dos 53 casos de pessoas que morreram em brigas de torcida registrado nos últimos dois anos.

Mais uma vez, surgem inúmeras perguntas: de quem é a culpa por tanta violência? Das torcidas organizadas? Da impunidade para esses casos? O psicólogo Roberto Romeiro Hryniewicz, autor da pesquisa de mestrado Torcida de futebol: adesão, alienação e violência, afirma que: não é a paixão pelo futebol que causa a violência entre torcedores, mas sim a maneira como as pessoas lidam com essa paixão.

A realidade é que o Brasil lidera a lista do país com mais mortos nos estádios de futebol, seguido pela Argentina e Itália. E sempre que o tema violência no futebol ressurge, tornam-se inevitáveis as comparações com as práticas adotadas em outros países e que poderiam servir de inspiração para controlar a situação no Brasil. O fato é que, em ano de Copa do Mundo, um dos desafios do futebol brasileiro é diminuir o índice de violência dentro e fora dos estádios. E não, o cenário não tem se mostrado favorável a isso.

Se antes os jogos de futebol eram programa de família para os finais de semana, essa perspectiva tem sido cada vez menos comum. Os estádios e entornos viraram verdadeiros campos de batalha de torcidas rivais, especialmente em dia de clássico. Uma alternativa que tem sido adotada é proibir a entrada das organizadas nos estádios, no entanto, como identificar quem são os torcedores que fazem parte dessas torcidas? Já que não há credenciamento e nem identificação na entrada dos estádios brasileiros, basta apenas trocar a blusa e o acesso desses torcedores é liberado.

Durante anos, a Inglaterra foi referência de violência no futebol devido ao episódio com os hooligans e claro que ainda há problemas por lá, mas não como acontecia no passado. A diferença básica entre o Brasil e a Inglaterra nesses casos de violência é que a polícia de lá retira os infratores e os coloca na prisão. Aqui, infelizmente, a polícia não age da mesma forma, restando apenas apartar as brigas.

Outros países já realizaram ações para combater a violência nos estádios. Na Argentina, a Associação de Futebol Argentina (AFA) financiou um projeto de cadastramento dos torcedores das organizadas. Na Itália, os envolvidos em confusão, dentro e fora dos campos, são presos em flagrante e diversas câmeras foram instaladas nas arenas, além do reforço policial durante as partidas.

A solução para o Brasil é prevenção. Câmeras e cadastro de torcedores podem ser, sim, uma boa alternativa. Sabemos que as organizadas não vão deixar de existir, no entanto, a paixão pelo futebol não justifica os gritos e pancadarias nas torcidas.

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