Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

“Um país mudo, não muda”

Em meio a uma série de protestos realizados pela população brasileira, alguns políticos e governantes, além de uma pequena parcela da população, acredita que os R$ 0,20 de aumento nas passagens do transporte público não justificam as manifestações. Outros alegam que o povo pediu a Copa do Mundo no Brasil e que não é possível realizar tal evento sem a construção de estádios.

Antes de apoiar ou repreender qualquer um dos lados é preciso conhecer a situação na qual vivem milhões de brasileiros. Em Pernambuco, o valor da passagem de ônibus mais barata custa R$ 2,25. Em São Paulo, R$ 3,00. Multipliquemos esse valor pelos milhares de usuários diários que utilizam esse tipo de transporte.

Ao analisar o transporte público, o que temos é um serviço de péssima qualidade, muitas vezes com veículos já sem condições de uso. E isso se repete com inúmeros ônibus das prefeituras, que transportam crianças para as escolas em cidades rurais. Lembramos também que a quantidade de veículos não é suficiente para suprir a demanda. Em resumo: o transporte público atual é ineficiente e não é adequado às necessidades da população.

Continuando, o Brasil é conhecido mundialmente como o país do futebol, dessa forma, fica fácil compreender que os protestos não estão ligados à realização do evento. Infelizmente, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo não serão eventos para o povo brasileiro – o povo que ama futebol e que leva sua família para os campos no país inteiro. Para compreender isso, basta observar os valores dos ingressos, longe de permitir o acesso dos menos favorecidos.

Ademais, faz-se um direito da população reivindicar que os gastos com tais eventos estejam claros, visto que, o dinheiro para as obras sai do próprio brasileiro, através do pagamento dos altos impostos nacionais. Não se pode admitir que bilhões sejam gastos com a construção de estádios, que sequer poderão se manter pós evento, quando a saúde e a educação pública estão em crises.

Da mesma forma, há anos se discute a necessidade de uma reforma política, fato que nunca se concretizou. Ao contrário, vemos políticos condenados pela justiça continuar em mandatos públicos, além do aumento da corrupção e votação de PECs que favorecem uma minoria. A discussão sobre criação de novos partidos é apenas uma, entre tantas as coisas que precisam mudar na política nacional.

O fato é que o povo brasileiro passa por momentos de revolta e cansaço diante de tantas falhas e isso é motivo para o povo ir às ruas. Ir às ruas para pedir por educação, por saúde, por mobilidade, por infraestrutura, por saneamento. Entretanto, voltamos a repetir, protesto é diferente de vandalismo. A polícia deve sim agir contra uma minoria que depreda veículos, invade lojas ou agride física e verbalmente os policiais. Mas, não pode tirar o direito dos cidadãos de protestar pacificamente.

“Um país mudo, não muda”. Um país que não se manifesta é condizente com as políticas públicas adotadas.

Uma Resposta para ““Um país mudo, não muda””

  • Regina de Fatima Mendes Schmidlin:

    Prof. Janguiê,

    Concordo plenamente com a sua fala. Afinal de contas vivemos num país democrático. E temos o Direito de se mobilizar para demonstra a nossa insatisfação com aquilo que não concordamos. Os R$ 0,20 de aumento nas passagens pode ter sido a “gota d’água” dessas insatisfações e descasos das políticas públicas para com as áreas básicas, necessárias aos seres humanos (educação, saúde, segurança…).
    Se continuarmos aceitando tudo, significa que está bem e não precisa mudar… A mobilização é uma forma de praticarmos a democracia. Mas, os vandalismos não levam a nada, a não ser a revolta… Se todos tivessem consciência disso, poderíamos mudar a história, sem “machucar” ninguém.
    Eu amo o meu país e gostaria que fosse o melhor lugar do mundo para se viver.

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