Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Um país em greve

Nos últimos meses o Brasil tem sido tomado por uma sequência de greves em vários setores do funcionalismo nacional. Universidades públicas, Polícia Civil, transporte público, montadoras de veículos e recentemente as Polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) decidiram cruzar os braços em buscas de melhores condições.

No contexto histórico, o primeiro grande movimento grevista no Brasil ocorreu em julho de 1917, em São Paulo. A greve paralisou completamente a capital paulista e as reivindicações eram por melhores salários, condições do ambiente de trabalho, vantagens materiais e o reconhecimento de alguns direitos. Na ocasião, os grevistas foram brutalmente reprimidos pelo Estado.

Entendemos que a greve é um direito constitucional do trabalhador, mas, diante do quadro atual que se formou no país, cabe questionar qual é o limite entre a luta por melhores condições de trabalho, melhores salários e a paralisação das atividades essenciais que podem parar o país, atrapalhando, sobremaneira, o desenvolvimento da nação, além de ser um grave desrespeito para com a com os cidadãos e a sociedade?

Infelizmente, e neste momento generalizando, a maioria dos casos atuais de movimentos grevistas tem atrapalhado mais do que realmente feito jus a sua finalidade. É a população que tem sofrido as consequências com a falta de transporte público para se locomover, com a lentidão causada pela operação padrão adotada pela Polícia Federal nos aeroportos, com os alunos sem aulas nas universidades ou até com os quilômetros de congestionamentos, além dos já enfrentados diariamente nas estradas, causados por ações de panfletagem da PRF. Ademais, até a área da saúde também tem sido prejudicada pelos movimentos grevistas, com a retenção de remédios importados.

No Distrito Federal é onde está o maior alerta das greves. São 25 carreiras, entre servidores de ministérios, trabalhadores de fundações, agências reguladoras e do judiciário, em paralisação. O grande problema começa quando o Governo Federal não tem condições de por termo a tantos movimentos grevistas ao mesmo tempo e, em virtude disso, as manifestações continuam e ultrapassam de um direito do trabalhador para atos de vandalismo e a formação de verdadeiros palcos de guerra, como confrontos como o ocorrido na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Diante de um comportamento como tal, questionamos se realmente os trabalhadores brasileiros sabem protestar. Várias planilhas orçamentárias apresentadas pelo Ministério do Planejamento mostram que as reivindicações são inexequíveis: 92 bilhões de reais seriam necessários para atender a todos as exigências. Um gasto como essa magnitude traria impacto direto na política de investimentos e de incentivo para a recuperação do setor produtivo brasileiro.

O que vemos é a falta de comprometimento dos líderes grevistas com o bem comum e público, a falta de cordialidade e de compromisso com a legislação, mas, principalmente, a falta de senso no desenvolvimento do Brasil. Cabe ao Poder Executivo recorrer à Justiça para assegurar o atendimento à população e romper com a cultura estabelecida na última década de consentir que o país fique refém do sindicalismo.

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