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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Turbulências institucionais na América Latina

Recentemente, eventos mostraram que variados países da América Latina estão sofrendo turbulências institucionais. Nestes casos vale ressaltar, crises não são turbulências institucionais. Mas, essas turbulências podem sim, provocar crises institucionais. Quando falamos em turbulências, estamos dissertando sobre conflitos entre os integrantes das instituições ou até entre as próprias instituições e as crises também significam isto. Contudo, as turbulências são efêmeras. Já as crises, são duradouras.

Quando a presidenta da Argentina Cristina Kirchner optou por estatizar a Repsol, empresa petrolífera, o Parlamento do país apoiou a presidenta. Porém, a decisão de Kirchner provocou questionamentos do governo espanhol e desencadeou reclamações por parte de diversos investidores estrangeiros, aguçando a desconfiança em relação as instituições argentinas.

No Brasil, a CPI do Cachoeira provocou conflitos entre partidos da oposição e do governo. Inicialmente, as discussões possibilitaram a disputa na base governamental e desconfiança por parte dos oposicionistas quanto aos objetivos da CPI. Depois de variados debates conflituosos e de diversas acusações, as quais envolveram, inclusive, atores importantes do cenário político, a acomodação institucional surgiu. Com isto, a CPI, que antes representava um instrumento contra a corrupção, perdeu, aparentemente, a sua razão de existir.

No Paraguai, o até então presidente, Fernando Lugo foi impedido de governar em razão de conflitos agrários. Em decisão rápida, a maioria dos parlamentares paraguaios decidiu dar posse ao vice-presidente da República, com a justificativa de que Lugo não teria mais condições de continuar na presidência. A decisão do Parlamento gerou variados questionamentos, inclusive a possibilidade de um golpe, em virtude da rapidez e do aparente motivo banal que provocou o impedimento presidencial de Lugo.

Os fatos apresentados acima sugerem turbulências institucionais na América Latina, além de motivar analistas a especularem quanto à possibilidade de que essas mesmas turbulências se transformem em crises institucionais. É possível que na Argentina e no Paraguai, em razão da atual situação econômica que os atormenta, os fatos se ampliem, causando uma crise institucional. Neste sentido e pensando desta forma, consideramos que a crise econômica é uma variável que condiciona as crises institucionais.

No caso do Brasil, apesar do pífio crescimento econômico previsto para este ano, não antevemos crises institucionais em curto prazo, pois a presidenta Dilma, apesar de pontuais conflitos com o Congresso, mostra capacidade e abertura a diálogos e é aprovada majoritariamente pelos eleitores. Além disto, as instituições brasileiras têm mostrado ao longo do percurso histórico, cordialidade em seus relacionamentos e capacidade de dirimir conflitos, apesar da forte e necessária vigilância da imprensa.

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