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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Tremor no Japão vai sair caro

O terremoto que aconteceu no Japão na semana passada foi o maior já ocorrido naquela localidade, e os tsunamis que vieram com ele são responsáveis pelo desastre natural mais grave e mais caro da história do país. O tremor atingiu a marca de 8,9 graus na escala Richter, e o resultado disso, até agora, é de um prejuízo superior a US$ 180 bilhões. E, o mais grave, o problema atinge todo o mundo, inclusive o Brasil.

As consequências da devastação no Japão causam preocupações sérias às empresas. Por isso, temendo a fuga de investidores internacionais neste momento, já que o incidente provoca abalos na economia local, o Banco Central do Japão anunciou esta semana a injeção de 15 trilhões de ienes, ou cerca de US$ 183 bilhões no mercado financeiro.

O valor é recorde na história do país, e ainda outros US$ 61 bilhões serão usados como garantia para fundos de risco. Para se ter uma ideia do prejuízo japonês, o terremoto e tsunami que devastaram o Chile, ou parte do país, em fevereiro do ano passado, deixaram um rombo nos cofres chilenos em R$ 50 bilhões (US$ 30 bilhões).

Agora, a parte que cabe ao latifúndio brasileiro: as exportações. O Brasil exporta minério de ferro ao país japonês. Aliás, eles são nosso terceiro maior comprador da commodity. No entanto, o atual cenário do Japão é de mais de cinco mil mortos, segundo contagem da agência de notícias japonesa Kyodo. Falta água, comida, combustível. A devastação foi grande e certamente a importação de minério de ferro não estará nas prioridades mais urgentes do país.

O Brasil sentirá o impacto, não há como negar. Somente no ano de 2010, exportamos mais de US$ 3 bilhões de minério de ferro para o Japão. Estamos falando da terceira maior economia do mundo, que busca em outros mercados nada menos que 50% do minério de ferro que consome. Se reduzidas as importações, todo o mundo sofrerá as perdas do tsunami.

Das nossas importações do país japonês, podemos não sofrer tanto. O Brasil traz muitos equipamentos eletrônicos e também para veículos, e isso pode ser substituído por outros mercados, como o chinês, por exemplo. Ou seja, substituir o fornecedor não será o mais grave, mas encontrar comprador para nossos produtos, sim.

Há quem diga que o BC japonês poderia ter sido mais agressivo. A liberação dos recursos, ou socorros, pode não ser o suficiente. Depois que a poeira baixar, ou melhor, as águas, o Japão pode vir a perceber que é preciso mais, e que seja necessário tomar novas medidas. E, ao que cabe ao Brasil, sentiremos, sim, os efeitos do incidente que aconteceu do outro lado do mundo. Não no tremor da terra, mas no abalo das relações comerciais.

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