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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Quando um protesto vira vandalismo

Uma onda de protestos tem sido vista por todo o Brasil nos últimos dias. Os motivos noticiados são vários e vão desde o aumento das tarifas do transporte público, em São Paulo, até os gastos exorbitantes feitos nas obras dos estádios que estão recebendo os jogos da Copa das Confederações, mas, que não tem apresentado resultados satisfatórios aos que tem comparecido aos eventos.

Antes de discutirmos os motivos que têm levado a população às ruas em vários estados do País, é preciso entender o que é um protesto. A Constituição Federal cita que “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente (artigo 5º, inciso XVI).

Sabemos que o Brasil não é uma ditadura e dessa forma, a população tem direito a realizar protestos de forma pacifica, sem que estes destruam o patrimônio público ou incitem a violência. Fatos que não estão sendo respeitados, nem pelos manifestantes e nem pela polícia. O que temos visto são dezenas de ônibus depredados, pessoas feridas, e aqui podemos incluir os profissionais que participam da cobertura desses protestos, e verdadeiros campos de guerra se formando nos centros das cidades.

Apesar de todo avanço tecnológico e da utilização das redes sociais para realização de inúmeros protestos, não esperávamos que os protestos acontecessem apenas através das redes. Contudo, ir às ruas, com placas, faixas e rostos pintados, é protestar. Depredar ônibus, quebrar vitrines, atirar pedras e bombas, é vandalismo. Da mesma forma, se o protesto é realizado de forma pacífica, cabe a polícia acompanhar as manifestações, sem interferir de forma violenta, colocando em risco a vida de inúmeras pessoas.

E é durante a realização de um evento de porte mundial que o Brasil é notícia nos principais veículos da imprensa mundial de forma negativa. Da mesma forma, brasileiros espalhados pelo mundo também tem realizado protestos de apoio aos manifestantes daqui. Vale ressaltar que, fora do Brasil, todas as manifestações estão acontecendo de forma pacifica.

Caros leitores, foi nas ruas do país, com passeatas e comícios realizados de forma organizada e pacifica que os brasileiros conseguiram acelerar o fim do Regime Militar. Da mesma forma, com os estudantes nas ruas, cartazes e gritos que Fernando Collor deixou a presidência da República por escândalos de corrupção. Tudo sem as imagens de guerra que temos acompanhado.

É temeroso ver que novas mobilizações estão marcadas em várias cidades do país e faz-se imprescindível que o poder político reavalie as ordens dadas às forças de segurança e que, assim, apenas os atos de depredação e vandalismo sejam coibidos, jamais ferindo o direito de se reunir e se manifestar.

4 Respostas para “Quando um protesto vira vandalismo”

  • Rebeka Cavalcanti:

    Também não sou a favor da violência. Com toda certeza a maior arma são as melhores IDEIAS!!

    Como sugerido pelo Jô Soares:”Um bom protesto sem vandalismo seria todo o estádio no próximo jogo do Brasil cantar o hino nacional de costas, levantando mensagens escritas como: “Esse protesto não é contra a seleção, mas sim contra a nossa corrupção” teria um efeito mundial imediato potente e sem violência. A Copa das Confederações pode render bons e criativos protestos. Vamos aproveitar a mídia INTERNACIONAL. Repassem essa ideia. #Revolução.”

    Concordo e assino embaixo.

    Lutar por um Brasil sem corrupção e melhorias em todas as áreas, principalmente na EDUCAÇÃO (Que é a maior arma contra os POLÍTICOS).

  • Raffael Luiz Dutra Costa:

    Concordo cem por cento! As autoridades tem que realizar que estão presentes no local para manter a segurança das pessoas e impedir que acidentes e mortes ocorram, identificando e separando os “manifestantes” (tenham em mente que os verdadeiros não ocultam a face com camisas nem máscaras) dos que estão presentes para disseminar a violência, roubos e depredações do patrimônio público. É bem verdade que as manifestações vão muito além do valor das passagens de ônibus, a população brasileira finalmente, decidiu dar um basta na corrupção política instalada desde os primórdios da colonização, educação deficiente (muito abaixo da média de países com índice de desenvolvimento inferior ao do Brasil), saúde, moradia, enfim, necessidades e condições básicas. Como vem sendo afirmado: ” O GIGANTE ACORDOU “. Assistam ao vídeo divulgador deste movimento há muito esperado e certamente decisivo na história do Brasil.

    Link: http://youtu.be/Aldfyy6AcBA

    Raffael Costa
    Graduado em Administração de Empresas pela Faculdade Maurício de Nassau.
    Estudante de Engenharia Civil na Universidade Maurício de Nassau.
    Email: raffael.dutra.costa@hotmail.com

  • Galvão:

    A violência nunca foi sinônimo de construção, sendo assim, sou a favor de lutar com sabedoria.
    Certamente se faz necessário não calar, diante de tantos acontecimentos recentes, mostrar que o Brasil acordou e que não se satisfaz apenas com lazer e outros do gênero.
    Lutemos portanto por educação, saúde e política de qualidade.

  • Cristiano Lôbo:

    Mais uma lúcida análise do Dr. Janguiê.
    “Diretas Já” e “Fora Collor” foram movimentos marcantes para a sociedade.
    A democracia existe para ser aplicada e respeitada. Nada mais justo que reivindicar, mas a forma adotada por alguns grupos demonstra uma verdadeira falta de respeito, com depredação do patrimônio público e, consequentemente, geração de conflitos que poderiam ser evitados.
    Os brasileiros querem, sim, “mais pão e menos circo”, mas perder o equilíbrio durante a luta pelos direitos é assumir a falta de compromisso com o verdadeiro bem social.

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