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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Para onde vão nossos impostos?

Todos sabemos que o pagamento de impostos é um dever do cidadão e que a sonegação dos mesmo é configurada como crime. Entretanto, é também um dever do Estado informar para onde vão os recursos recolhidos.

O Brasil tem carga tributária de primeiro mundo com serviços sociais de terceiro mundo. Esse tema tornou-se lugar comum, sendo dito e repetido frequentemente por empresários, políticos, candidatos a diferentes cargos legislativos e executivos, além da imprensa falada, escrita e televisiva do Brasil.

Muitos brasileiros ainda não se conscientizaram de que pagamos impostos em tudo que consumimos, desde o pão da padaria até os bens de consumo de expressivo valor, como carros e imóveis. No entanto, engana-se quem pensa que isso é exclusividade dos brasileiros. Em todo o mundo os governos arrecadam parte de toda a riqueza gerada através de impostos e eles são utilizados para manter os serviços básicos que são de sua responsabilidade, como educação, saúde e segurança.

A grande diferença está na forma como estes recursos são utilizados. Não há dúvida de que a carga tributária brasileira é extremamente elevada, somos um dos maiores pagadores de impostos do mundo, chegando a arrecadar 37% do PIB e ultrapassando a marca de 1 trilhão de reais. Apesar do valor absurdamente alto, ocupamos apenas a 84ª posição no ranking de desenvolvimento.

Os serviços públicos que deveriam receber investimentos dos impostos arrecadados mostram-se, cada dia mais, sucateados. É o caso do Sistema Único de Saúde (SUS), que não suporta a demanda e obriga milhares de brasileiros a chegarem, ainda durante a madrugada, aos postos de saúde para conseguir fichas para atendimentos médicos. Sem mencionarmos as filas nos hospitais e pessoas que morrem nas macas sem ser atendidas e os exames, tidos como emergenciais, sendo marcados até com um ano de espera.

Em 2012, a porcentagem do PIB brasileiro que destinado para a educação foi de 5,55%, quando o recomendado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) era de 6,23%. Muito desse déficit fica visível nos estudantes que saem do ensino básico sem saber ler e muitos que concluem o ensino médio são considerados analfabetos funcionais.

Enquanto isso, vemos políticos aprovando rapidamente aumentos de salários que chegam quase a 100%. O resultado é que pagamos cada vez mais impostos e crescemos cada vez menos. O que é preciso para mudar tal situação? Inicialmente, precisamos ampliar a discussão sobre o tamanho e a qualidade dos gastos públicos no Brasil. Além disso, é preciso tornar uma realidade as reformas política e tributária. E ao povo, cabe cobrar clareza nos gastos públicos e a valorização da população, tanto no presente quanto no futuro.

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