Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

O desafio do estado brasileiro

Em período eleitoral, a reflexão é necessária, pois iremos escolher nossos representantes – parlamentares e também o presidente da República e o governador. É impossível pensar o Brasil sem considerar o estado. Friso isto, em razão de dois motivos: 1) o estado brasileiro está muito presente na economia brasileira – vejam o tamanho da nossa carga tributária!; 2) A sociedade brasileira possui carências sociais e de infraestrtura. Portanto, os brasileiros precisam sempre discutir o estado. O ano eleitoral é período mais do que apropriado.

A recente tragédia no Rio de Janeiro motivada pelas chuvas e o recente incêndio em uma comunidade de baixa densidade econômica em Recife me fazem refletir quanto às diversas demandas da sociedade brasileira. Diante das tragédias, sempre pergunto: onde está o estado brasileiro?

Os estados nacionais têm funções objetivas determinadas. A oferta de bens e serviços públicos e a organização da sociedade estão dentre as funções principais. O estado precisa ofertar saúde, educação e segurança pública com qualidade. O estado deve organizar as pessoas em dados territórios. O estado precisa evitar tragédias. Ou socorrer as vítimas delas, já que elas não foram evitadas.

Fazem parte da paisagem urbana do Brasil as favelas. Desde a década de 80, observo o avanço do processo de favelização nos principais centros urbanos. Este processo poderia ter sido estancado pelo estado brasileiro. Mas, como a paisagem urbana nos mostra, ele não foi. Talvez os governos não deram a prioridade necessária à construção de moradias dignas para os brasileiros. Ou não interferiram em momento oportuno na organização urbana.

Casas, ou melhor, imitações de casas, não podem ser construídas em qualquer espaço urbano. As consequências são diversas, e não só para os moradores delas. Mas para todos. A desorganização urbana interfere na organização social, já que o estado terá que buscar sempre soluções para a demanda advinda destes espaços desorganizados. Com isto, diante da necessidade de mais recursos públicos, o estado tende a perder a sua capacidade de investimento junto ao todo da sociedade.

É claro que diversos indivíduos, infelizmente, não podem fazer escolhas. Então, constroem casas em locais não adequados e vivem em condições precárias. Nestes espaços, diversos bens públicos não estão presentes. E, muitos de nós, só descobrimos que estes espaços existem quando a imprensa noticia as tragédias.

O Brasil tem um desafio, qual seja: priorizar o seu orçamento para a organização urbana. Isto significa que o processo de favelização precisa ser estancado. É necessária a urbanização das áreas carentes. Nestas, o estado deve estar presente na organização urbana como também no provimento de bens e serviços públicos. Moradores em áreas de riscos devem ser transferidos para locais adequados. A dúvida é: o estado brasileiro tem condições para fazer isto em médio prazo? Este é o grande desafio do estado brasileiro.

3 Respostas para “O desafio do estado brasileiro”

  • Não, O governo demorou muito para estancar a favelização, é impossivel melhorar essas condições em curto prazo, Pois não basta apenas proibir construções de “casas” em locais inapropriados. É preciso PLANEJAMENTO. Como conscientizar essas pessoas? Onde deveram ser instaladas as novas moradias, Como melhorar a qualidade de vida de pessoas de baixa ou nenhuma renda? O governo parece não querer enxergar, mais a melhorias dessas condições começa pela EDUCAÇÃO, só se aprende ensinando e não comandando!

  • Tomando como exemplo, as favelas do rio de Janeiro, onde a favela da rossinha, possuí mais de 100.000 habitantes, fica quase impossível um remanejamento em massa, para uma nova área de habitação digna. Digo ‘quase’ por não querer substimar a capacidade criativa dos brasileiros em resolver problemas complexos. Mas, por outro lado concordo, quando diz: Que as altas taxas tributárias que arcamos diáriamente, se o poder público, praticasse uma distribuíção de recursos mais justa, com certeza, não estariamos discutindo este tema, neste exato momento. Como a nossa amiga JANEIDE MEDEIROS comentou, tudo começa na educação que recebemos, e eu concordo em número e grau, enquanto não começar-mos realmente, a educar nossas crianças, e saírmos desse BRASIL DO FAZ-DE-CONTA, não alcançaremos a tão almejada JUSTIÇA SOCIAL, onde todos nós, os menos favorecidos principalmente, poderiamos usufruir dos itens básicos, para viver de forma digna e segura. Ressalto a responsábilidade imposta, pelo seu ofício de ressocializador e educador perante a sociedade. Onde tem uma frase que ecoa forte em meus ouvidos que diz: "Não estude em escola ruím, a vítima será você". E todos nós somos vítimas, deste sistema desumano, que nos aprisiona e nos torna reféns de uma justiça CEGA. Que nos é negado o poder da opção. geraldo pereira.

  • Retificando a palavra:”Rossinha”, por “rocinha”. Do comentário acima.Geraldo Pereira.

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