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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Número de veículos nas ruas pode fazer o Recife parar em 2012

Começamos 2012 com novo recorde nas vendas de automóveis no Brasil. Apesar de uma queda em relação a dezembro de 2011, janeiro fechou com alta de 9,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. Hoje, o Brasil tem mais de 65 milhões de veículos em circulação, mais de 2 milhões deles estão em Pernambuco e 1 milhão se concentram apenas na Região Metropolitana do Recife.

Nesse contexto, atualmente, o Estado tem emplacado entre 1 mil e 1.300 veículos por dia. E a tendência é cada vez mais aumentar o número de automóveis nas ruas, já que as vendas são impulsionadas pela facilidade de prazos e condições de pagamentos, financiamentos longos, taxas de juros e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, IPI. A frota da capital pernambucana é que representa uma preocupação maior em relação às demais capitais da região Nordeste, analisando Recife, Salvador e Fortaleza, as três cidades mais importantes econômica e politicamente da Região, a capital de Pernambuco é a que apresenta a maior relação carro/população.

Considerando todos os habitantes da cidade, mesmo aqueles abaixo de 18 anos e que não possuem carteira de habilitação, o percentual de moradores com carros chega a 31,9% da população. Nada comparado, entretanto, à cidade de São Paulo, que recebe cerca de 800 novos veículos por dia. Porém, é preciso lembrar que nossa estrutura viária também não pode ser comparada a capital paulista, haja vista que possuímos um limitado espaço viário.

Passado o período de férias de verão, festas de final de ano e com a retomada das aulas escolares, cerca de 200 mil veículos voltam a circular em Recife, trazendo à tona os problemas com os congestionamentos nas principais vias da cidade. Para quem mora ou trabalha no Recife e região metropolitana e precisa deslocar-se, seja de carro ou através de transporte público por vias onde não há faixa exclusiva para ônibus, as notícias sobre os congestionamentos não têm sido muito animadoras. A cada dia, a imagem de trânsito parado nas ruas, avenidas e BRs tem feito parte da paisagem.

As vias existentes já não suportam o crescente número de veículos. Culturalmente, não temos o hábito de usar a bicicleta ou caminhar. Por outro lado, utilizar transporte público torna-se quase inviável em face do tempo de espera e da superlotação. Inúmeros projetos sobre mobilidade estão em discussão atualmente: construção de viadutos, expansão das linhas de metrô e alargamentos de ruas. Mesmo se realizadas essas ações, que esperamos imensamente que ocorram, provavelmente, elas não serão suficientes para comportar o crescimento econômico que o estado está vivendo.

Com efeito, em alguns anos, seguindo a estatística de crescimento anual de 7% para veículos e superior a 16% para motos, Recife deverá repetir o retrato de São Paulo, com rodízio de veículos e pagamento de pedágios. Antes disso, precisamos lembrar que, daqui a apenas 2 anos, receberemos número recorde de turistas para a Copa do Mundo de Futebol.

Caro leitor e atenta leitora, o fato é que, para seguirmos as lições dos países de primeiro mundo, precisamos parar de colocar a culpa dos engarrafamentos na fila dupla das escolas, na falta de viadutos ou na falta de sincronização dos semáforos e começar a pensar no coletivo. Hoje, temos uma taxa de ocupação de 1,5 ocupantes por veículo. Medidas simples, como rodízio entre pais para levar os filhos à escola, ou de colegas de trabalho para ir ao escritório; melhoria na qualidade de transporte público, com maior número de veículos, mais opções de linhas e corredores exclusivos; além de qualidade na segurança pública e incentivo a utilização de bicicletas são medidas simples e que se desenvolvidas poderão ser capazes de reduzir o número de veículos nas ruas, trazendo mais qualidade de vida e proporcionando menos estresse à população.

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