Nota de Resposta à carta publicada no JC
Em atenção à carta do Sr. Roberto de Queiroz, publicada na edição de hoje (16/01/07) do Jornal do Commercio, esclareço, primeiramente, que os dados sobre o nível de ocupação do professor brasileiro – citados em artigo de minha autoria (11/01), intitulado Professor não é Herói – não foram produzidos por mim. Procedem de entidades que gozam da mais alta credibilidade, a Unesco e a OCDE. Trata-se, pois, de fatos e não de arbitrariedades. Como professor universitário que fui, durante muitos anos, quero deixar claros a minha admiração e o meu respeito por essa categoria, sentimentos que não me permitem aceitar o processo de “vitimização” a que tem sido, historicamente, submetida. Concordo com a ilustre filósofa e educadora Tânia Zagury que educar é um trabalho árduo. Mas considero que, tal qual os que estão nos bastidores (diretores de escola, governo, comunidade), quem está na ponta desse processo deve ser visto como agente ativo e não vítima dos percalços educacionais.
Afinal, a superação das dificuldades depende, em grande parcela, do educador.
Por isso, tenho defendido que os professores “em vez de mitos, sejam considerados profissionais passíveis de críticas construtivas e avaliações objetivas de seus méritos e falhas”, como citei em artigo publicado JC.
Os professores são agentes ativos, claro, quem pode pensar o contrário.
A vitimização não está sendo inventada, meu caro mestre, ela é sentida pelos que têm que receber menos de 500 reais para se sustentar e ainda ser cobrado pela qualidade.