Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
Saiba mais.

Vale a pena

Histórico

Muito além da banda larga

O Brasil quer se preparar para o grande número de turistas que estarão em solo verde-amarelo em 2014. No tocante ao acesso à web, estima-se que o volume de visitantes que terão interesse ao uso da internet seja grande. É preciso investir neste segmento. Esta semana, a presidente Dilma Rousseff anunciou que injetará pelo menos R$ 200 milhões em 12 cidades-sede voltados para a telefonia móvel. Boa iniciativa. Mas a conversa é antiga, pouco se avançou, e o Brasil tem pressa.

Com a realização da Copa do Mundo no país, é primordial que se perceba que muito ainda precisa ser feito onde ocorrerão os jogos mundiais. Seja na infraestrutura das cidades, com melhoramentos em portos, aeroportos e mobilidade urbana, seja na segurança, saúde ou educação. Mas estamos falando de um público o qual não conhecemos, mas que será, no mínimo exigente. Os turistas, de todo o mundo, que aportarão aqui, são bem informados e, antes mesmo das necessidades de locomoção, segurança ou lazer, estarão conectados à internet.

O anúncio feito pela presidente Dilma diz respeito a uma maior velocidade no acesso à web, para que brasileiros e turistas possam assistir aos jogos também via celular, com imagem de alta qualidade. O investimento é pertinente, mesmo porque o benefício ficará para os brasileiros após a Copa do Mundo. No entanto, o assunto é mais amplo. Estamos falando de um país que não possui um sistema para internet. Um país que sequer sabe o que significa verdadeiramente banda larga.

Há pouco, o presidente da Telebras, Rogério Santanna, admitiu que a meta do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) de levar conexão rápida à rede mundial de computadores a 800 municípios está longe de ser cumprida. À época da entrada em vigor do PNBL, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que as empresas teriam condições de cumprir com as exigências do governo. No entanto, a Telebras garante que, dos R$ 226 milhões programados para a empresa em 2011, somente R$ 50 milhões foram liberados pelo Governo Federal. Ou seja, a questão não é a competência das empresas, mas de simples falta de verba.

Pesquisas, como a recente divulgada pela agência de publicidade F/Nazca, mostram que o crescimento do acesso à internet foi medíocre nos últimos três anos. Enquanto em março de 2008, havia 47% de brasileiros conectados à rede mundial, em abril deste ano, o índice chegou a apenas 51%. Ainda somos 18,6 milhões de pessoas na web. Isso porque, em algumas grandes cidades, existe infraestrutura para o sistema funcionar. Mas na maioria das cidades brasileiras, não.

O Brasil está prestes a receber o maior volume de visitantes de sua história. São pessoas que buscarão aqui o que ainda não temos a oferecer. Ainda estamos engatinhando no quesito infraestrurura para melhor acomodar esses turistas. E o governo começa a falar em investir no acesso à internet. Preocupação válida. Mas é preciso ter os pés no chão. Não se pode querer chegar com internet a todos os municípios brasileiros, como garante a presidência, se sequer há luz em todos eles.

A banda larga é uma grande carência em nosso país. E a presidente Dilma fala em propiciar acesso a 40 milhões de lares. Disse ser importante para o desenvolvimento do Brasil, uma vez que a internet está presente na economia, educação, compras, relações pessoais e serviços públicos. E de fato o é. O que nos resta é esperar que o governo saiba exatamente do que está falando.

Deixe um comentário