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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Meio ambiente, criatividade e inovação

A Rio+20 acontece no Rio de Janeiro, vinte anos depois da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e tem como proposta principal contribuir para definir um cronograma do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas, debatendo o meio ambiente e as perspectivas para um desenvolvimento sustentável. Na visão de muitos, esta é a única agenda do presente e do futuro. Considero que não é adequado acreditar que o problema do presente e do futuro seja apenas o meio ambiente. As atividades econômicas e suas consequências na vida social não se resumem ao debate ecológico.

Vários problemas relacionados ao meio ambiente continuam sem respostas. Qual são as razões para o aquecimento global? Em quantos graus a temperatura da terra irá aumentar? Ocorrerá forte elevação do mar? E quais as consequências disso? As geleiras derreterão? Se em 1992, a ECO 92 fez previsões catastróficas, desta vez, são inúmeros os céticos. Ou seja: os questionamentos apresentados ainda não encontraram respostas empíricas satisfatórias.

É possível que a Rio+20 vem a colaborar para a ampliação do ceticismo em torno do debate sobre o meio ambiente. Mas isto não significa que ele deva sair do mosaico de problemas que estão presentes no mundo atual. Entretanto, defendo que o debate em torno do meio ambiente seja realizado sem desprezar outros temas importantes.

Desenvolvimento econômico, criatividade e inovação. Estes três temas fazem parte da agenda mundial de qualquer economia, seja ela desenvolvida ou em desenvolvimento. O desenvolvimento econômico, como bem mostra a trajetória de variados países para alcançá-lo, não é incompatível com a questão ambiental. Se assim fosse, as indagações apresentadas no início deste texto já tinham sido encontradas. Contudo, constato que países como China, Índia e Brasil, por exemplo, expandiram fortemente as suas economias e a agenda do desenvolvimento econômico continua como prioridade dos líderes políticos e empresarias. E, claro, da população.

Criatividade e inovação representam palavras-chave para o incremento econômico. Os países precisam ser criativos para lidar com os desafios do desenvolvimento e do futuro, em particular com as crises econômicas, o crescimento populacional, a sustentabilidade da previdência social, a escassez de água, a desorganização urbana e o atraso educacional. Para tal, é necessário criatividade e inovação por parte dos governos, dos atores do setor produtivo e das pessoas ocultas que fazem com que o capitalismo caminhe.

Portanto, e visualizando um quadro amplo que envolve o desenvolvimento social, e econômico, a agenda do debate mundial não pode se restringir apenas ao meio ambiente. Este é apenas uma das temáticas necessárias para estar presente na agenda da opinião pública. Outros temas, os quais já foram apresentados, também precisam ser constantemente debatidos.

Além disto, se hoje existem inúmeros céticos que não conseguem encontrar respostas e soluções convincentes para os problemas trazidos pelo debate ambiental, isto revela que faltam a eles criatividade e inovação para lidar com os temas meio ambiente e desenvolvimento econômico, os quais, vale ressaltar, estarão sempre associados.

Uma Resposta para “Meio ambiente, criatividade e inovação”

  • Professor Arnaud Fernandes:

    Caro Prof. Janguiê,
    A questão ambiental está fundamentalmente ligada a exclusão social, sem desprezar outros temas importantes, como bem o teceu, meio ambiente degradado proliferação da fome, desemprego e de humanos jogados em palafitas, desprovidos do mínimo social da dignidade e da justiça. Pobreza é o cerne da insustentabilidade ao lado de outros que ostentam, consomem, destroem e constroem em nome do “desenvolvimento”, amparados pela tecnologia e os Poderes que expropriam seres humanos do necessário à sobrevivência.

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