Investir em pesquisa: solução para crise
Barack Obama, Washington, 20 de janeiro de 2009: “Vamos restaurar a ciência a seu lugar de direito e empregar as maravilhas da tecnologia para elevar a qualidade da saúde e reduzir seus custos. Vamos atrelar o sol, os ventos e o solo para proverem combustível para nossos carros e nossas fábricas. E vamos transformar nossas escolas, nossas faculdades e universidades para que façam frente às demandas de uma nova era”.
Enquanto no seu discurso de posse o presidente norte-americano destacou a importância dos investimentos em pesquisas cientificas para driblar a crise econômica, o Brasil segue na contramão. O Congresso Nacional aprovou um corte de 18% no orçamento para Ciência e Tecnologia para 2009, o que equivale a uma redução de R$ 1,1 bilhões. Os reflexos poderão ser desastrosos, com a desaceleração da produtividade e consequente estagnação econômica e social. Por falta de investimentos em inovação, na busca de soluções eficazes, nossas empresas, sobretudo no setor industrial, perdem competitividade no mercado globalizado.
Outros fatos confirmam a descaso do país na área de pesquisa. O Brasil ficou na dianteira no mais recente relatório divulgado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi), ocupando a 21ª posição no pedido de patentes internacionais, atrás da China, Índia e Coréia do Sul. Em 2007, o país registrou 118 patentes nos Estados Unidos. Já a Coréia do Sul, o emergente mais bem colocado no ranking, contabilizou 7.264 registros naquele ano.
A USP, maior universidade brasileira, a produção cientifica vem declinando. Segundo o anuário estatístico da instituição, de 2003 a 2007, a média de trabalho por docente caiu 30,4%, enquanto o número de alunos subiu 27,7%. O CNPq, que concede bolsas a pesquisadores doutores de universidades e centros de pesquisas, teve aprovado pelo Congresso uma verba de R$ 45 milhões, 77% menor do que o previsto pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. Com a falta de investimento na qualificação docente, a meta do governo federal em ampliar o número de vagas nas universidades poderá ter como consequência a perda de qualidade nestas instituições.
Ao tímido investimento em pesquisa e qualificação de mão-de-obra, soma-se a falta de envolvimento do setor privado, que não absolve nosso contingente de pesquisadores, que acabam migrando para países desenvolvidos. O estado investe cerca de 25 mil dólares per capita na formação acadêmica destes profissionais que servirão a outras nações. De acordo com dados do Centro Latinoamericano de Demografia, cerca de 1,2 milhões de pesquisadores latinos emigraram entre 1961 e 2002.
Sem oportunidades nas empresas, os cientistas que permanecem no Brasil têm sua atuação limitada às universidades, criando uma demanda de investimentos de órgãos públicos para o financiamento das bolsas. Esta dependência financeira em relação ao governo, somado aos baixos salários e à falta de equipamentos e insumos para pesquisa, nos insere numa posição nada competitiva.
Janguiê, e por que as universidades privadas no Brasil não fazem investimentos em pesquisa?Por que só esperar pelo Governo?
Se pesquisa é tão importante ,mestre, por que as empresas privadas não investem, ou será que é melhor aguardar as bênçãos do leviatã?Pelo que entendi do seu texo você seria em tese a favor da expansão do ensino público.Estou errado?Ou será que você seria a favor do financiamento público à pesquisa feita por faculdades privadas?
Esta certissimo meu caro. pq será que o Gov. Federal não troca os carros de luxo de sua frota por carros populares. ou não mexe no bolça família.