Incentivo para estudantes e ultimato para faculdades
Em comentário recente neste blog (Em defesa da liberdade de escolha) defendi que as ações governamentais para o estimulo à formação de profissionais em áreas com carência de mão-de-obra qualificada deveriam se configurar em incentivos públicos, ao invés de imposições ou proibições, para não ferir o direito à liberdade de escolha. Coincidentemente nesta mesma semana, o ministro da Educação, Fernando Haddad, deu um exemplo de que o discurso é possível: o governo anunciou novas regras do Programa de Financiamento Estudantil do Ensino Superior (Fies), que, entre outras mudanças, priorizará o atendimento a alunos de cursos de engenharia, geologia e licenciatura, com a redução dos juros dos empréstimos para os estudantes destas áreas. Em relação à proliferação de cursos de direito, também citado no meu comentário, o MEC cortou vagas em faculdades que obtiveram notas baixas no Enade. O corte de 6.323 vagas foi definido durante acordo com as instituições, que se comprometeram a realizar melhorias de infra-estrutura, ampliação de bibliotecas e aumento da titulação de professores, condições indispensáveis para a elevação do nível do ensino jurídico, já que o problema não reside na quantidade, e sim na qualidade.