Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Homens públicos

Os homens que participam da gestão dos estados republicanos podem ser considerados públicos. Entretanto, homens públicos não são só estes. Existem os verdadeiros homens públicos que, embora não integrem a gestão estatal, reconstroem a sua própria existência em torno de dimensões simbólicas – mesmo sem a intenção de fazê-lo, às vezes. São os artistas, políticos, figuras religiosas, escritores, empresários, intelectuais que, enraizados inicialmente em sua própria bio-história pessoal ( seja o carácter, a estrutura pulsional, o temperamento), são levados a expandir-se, a renovar-se por meio de processos de simbolização que o fazem participar na totalidade do mundo midiático. O mundo, de fato, dissolve-se em formas de expressão.

Diante de uma sociedade midiática, onde os órgãos de comunicação criam e matam celebridades, divulgando, e às vezes inventando fatos, homens públicos são aqueles que se destacam na sociedade, servindo de exemplo para a maioria dos indivíduos de uma dada localidade, despertando a atenção da opinião pública, despertando o olhar alheio.
Homens públicos, assim como os cidadãos comuns, atuam em suas profissões e misteres, praticam as suas atividades de lazer, têm suas preferências, fazem escolhas e são escolhidos, ou não. A mídia, a seu turno, fica atenta às ações, atividades, preferências e escolhas , sempre com a intenção de divulgar para a sociedade o que despertar mais interesse, principalmente os fatos e ações negativas desses homens. É a hipermodernidade com sua vigília e, sobretudo, com sua indústria cultural. Dela, surge o star-system, valendo-se de listas dos mais populares, dos recordes de venda, de hit-parades e, sobretudo, valendo-se do que é banalizado ou mesmo degradado. Quanto mais consumido, menos efêmero se torna.
Numa sociedade democrática como a nossa, alicerçada por recursos tecnológicos, o homem público está sempre online. A liberdade de imprensa tem o conforto da tecnologia e, sem qualquer restrição, suas câmeras revelam – e às vezes “produzem” – fatos acerca do homem público, sem vir a sofrer qualquer punição. Por via de consequência, o público formará uma opinião sobre os fatos (ou invenções publicadas), passando a admirá-lo ou reprová-lo. Temos a planetarização de um sistema.
E as câmeras não dormem à porta do gestor público. Lidam com verbas públicas. Talvez seja a janela mais vigiada. Nesse contexto, devem se portar com uma reputação da mais ilibada possível para conquistar a admiração da opinião pública. Do contrário, são reprovados e execrados pela mídia e pela opinião pública.
Mesmo assim, a corrupção tornou-se uma prática generalizada em setores do governo federal. O que nos alegra, entretanto, é que, embora alguns brasileiros, principalmente certos governantes, tolerem a prática da corrupção, afirmamos categoricamente que a maioria de nosso povo reprova veementemente esta nefasta prática em todos os setores da vida pública. Ocorre a crise, a perda da confiança. É a degradação que o torna expressivo, agora. Temo-lo como exemplo do que não se deve conceber. Mas, felizmente, ainda o temos sob as lentes. Parodiando Sócrates, há homens que carregam cicuta no próprio bolso do paletó.
Graças ao repúdio do povo brasileiro e a publicação pela mídia, diversos atos de corrupção ocorridos nos diversos ministérios do governo federal vieram à baila, acarretando a derrubada de diversos ministros que não honraram a confiança que lhe foi depositada nas urnas pela maioria do povo brasileiro. Que isto sirva de exemplos para os atuais e para os futuros homens públicos, pois a mídia e a opinião pública não perdoarão aqueles que, praticando ilicitudes, tentam ludibriar os cidadãos brasileiros. O mundo online há de obrigá-los a beber o próprio veneno de suas ações.

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