Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Empresas admiradas e estado eficiente

A conceituada revista Carta Capital realiza anualmente pesquisa junto aos executivos com o objetivo de avaliar as marcas/empresas mais admiradas. Considero esta pesquisa muito importante, já que serve de incentivo para que as empresas continuem a perseguir as suas metas.

Inovação, responsabilidade social, compromisso com o País, compromisso com os funcionários, qualidade da gestão, qualidade de produtos e serviços, solidez financeira. Estes são alguns atributos que pesam, segundo o consultor Paulo Secches, na construção da admiração. O consultor destaca que as empresas precisam adquirir e mostrar a sua face humana.

Qualquer empresa que deseje consolidar a sua imagem no mercado e, por consequência, manter e conquistar mais clientes deve ter preocupação com os atributos apontados por Secches.

É particularmente alegre afirmar que a sociedade brasileira mudou. A exigência quanto à qualidade dos serviços por parte dos consumidores recrudesceu e muito. Hoje não adianta apenas a linguagem publicitária charmosa que chame a atenção da opinião pública. Os produtos precisam ter vários atributos além da qualidade. Precisam mostrar que estão preocupados com a inovação e que investem, acima de tudo, em responsabilidade social empresarial, gênero de que é espécie a preocupação com o desenvolvimento do consumidor, dos funcionários e da própria comunidade onde a empresa está inserida. Na atualidade, não pode mais a empresa ter uma imagem associada apenas à busca do lucro.

Por outro lado, importa destacar a crescente mobilidade social ocorrida no Brasil nestes últimos 20 anos . Esta mobilidade provocou o crescimento da classe C e, por via de consequência, contribuiu para uma maior abertura democrática. Registre-se, por oportuno, que as inúmeras eleições bem como o aumento do nível de instrução dos indivíduos foram variáveis que motivaram o mercado consumidor a olhar para as empresas e produtos de modo diferente. Um olhar no intuito de buscar a chamada responsabilidade social empresarial.

A mudança nas atitudes das empresas e da própria sociedade mostra que o capitalismo brasileiro vem se aperfeiçoando dia a dia. Este sistema econômico que é composto de indivíduos e empresas forma através de sua inter-relação o chamado mercado capitalista. Por sua vez, o estado, necessário e imprescindível para o sucesso do capitalismo, deve atuar interferindo, arbitrando ou guiando esta relação entre empresas e indivíduos.

Constatamos que as empresas e a sociedade mudaram. Entretanto, insta perquirir? Será que o estado mudou? Se a ele deve atuar como árbitro diante das relações do mercado, certamente é adequado que as suas atitudes também tenham mudado.

Com efeito, nesta linha de raciocínio, impõe-se frisar que as agências reguladoras não podem sofrer qualquer tipo de interferência política. Elas não devem ser objetos de captura política. As Agências reguladoras necessitam ser independentes e desprovidas de qualquer interesse privado-político. Nessa perspectiva, não é adequado lotear politicamente as diretorias de estatais como a Petrobras. Doutra parte, é imprescindível que a meritocracia deva reinar nas escolhas dos gestores públicos ao invés da indicação política. Noutra seara, os sindicalistas não podem interferir nos interesses dos bancos públicos, como tem ocorrido. O interesse público sempre deve predominar nessas instituições, e não o interesse coorporativo. E, por fim, a rigidez da Lei de Responsabilidade Fiscal deve ser preservada, pois só assim os gastos públicos podem ser controlados e os investimentos públicos realizados.

Por derradeiro, asseveramos que o mercado preserva as empresas admiradas pelo público consumidor. Isto é possível em razão da dinâmica capitalista, a qual é baseada no mérito e na competitividade buscando sempre a excelência. A lógica do ambiente estatal é diferente em virtude da presença de interesses corporativos e do clientelismo político nele presentes. No ambiente estatal a meritocracia e a competitividade inexistem em virtude de diversos fatores. Um deles consiste na própria isonomia funcional. Outro é a estabilidade dos funcionários. Assim como a Carta Capital faz com as empresas privadas, seria adequado buscarmos junto à opinião pública brasileira as instituições do estado mais admiradas. Por que não sonharmos com um estado eficiente? Se o capitalismo e a sociedade brasileira mudaram, é chegado o momento do estado também mudar.

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