Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
Saiba mais.

Vale a pena

Histórico

Emprego: o primeiro desafio

Encontrar o primeiro emprego não é uma tarefa das mais fáceis. O futuro do trabalho, ou do emprego, depende, basicamente, de dois fatores: escolaridade e experiência. Mas, no dia-a-dia, nos deparamos com grandes defensores desta ou daquela como requisito mais importante. Certo é que, cada vez mais, o mercado atual exige que nos qualifiquemos permanentemente, seja através de estudos e de novas experiências. Mas, como conseguir emprego num contexto tão dramático?

Estudos recentes demonstram que o desemprego atinge fortemente os jovens em busca do primeiro emprego. Vivemos os tempos da juventude desempregada e sem futuro. Como nessa faixa etária concentra-se a maior parte das pessoas que procuram incorporar-se ao mercado de trabalho pela primeira vez, um dos argumentos para explicar o elevado desemprego é que o jovem tem dificuldade em conseguir uma primeira chance. A falta de experiência, a necessidade de aliar emprego e escola e a falta de oportunidade estão entre as razões para o fato de que o desemprego juvenil é maior que entre adultos. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a falta de emprego entre os jovens brasileiros de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior que entre os adultos – com mais de 24 anos. Esses jovens estão despreparados para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. A falência do ensino de qualidade na rede pública e dos bons cursos profissionalizantes impõe aos jovens pobres uma cruel realidade. Portanto, além de conviverem com o desemprego, os jovens não têm acesso a postos de trabalho mais bem remunerados porque lhes falta o instrumento básico: educação.

Falar sobre a necessidade de educação de qualidade desde a primeira infância e da necessidade de garantir às crianças e adolescentes infância segura com acesso à escola até concluir o ensino médio parece que não faz efeito algum. Entretanto, a realidade assustadora evidenciada pelos números mencionados leva à convicção de que, nos programas governamentais, a abordagem tem se mostrado ineficaz na tarefa de inclusão da juventude no mercado de trabalho e na prevenção e combate ao trabalho infantil. As propostas permanecem no plano das idéias, do discurso, e não da prática política. Os programas de incentivo ao primeiro emprego não obtiveram êxito, e o percentual de desemprego permanece em crescimento. Iniciativas que gerem emprego para os jovens precisam contar, além de vontade política do governo federal, com o envolvimento dos governos estaduais e municipais, bem como de empresas e organizações não-governamentais, investindo também em projetos de formação profissional qualificada.

As empresas, na hora da contratação, aumentam as exigências, e o desemprego fez crescer a competitividade no mercado de trabalho. Conclusão: quem nunca trabalhou, enfrenta diversas barreiras para conseguir a primeira oportunidade. Desta maneira, as filas para conseguir emprego aumentam cada vez mais, disputando as poucas vagas que aparecem nessa época de recessão. Negar direito ao trabalho é condenar os jovens ao desalento e à desesperança. Sem trabalho digno, tornam-se alvos fáceis do crime organizado, das drogas, do tráfico e da prostituição. A maioria desses jovens necessita do emprego para contribuir com a subsistência familiar e alguns poucos para ter oportunidades de aprendizado, acesso ao lazer e à cultura, e à autonomia econômica. Na luta para entrar no mercado de trabalho, esses jovens encontram empregos de curta duração e de baixa remuneração, o que dificulta a emancipação financeira. Políticas públicas eficientes que garantam a inserção dos jovens no mercado de trabalho, como profissional ou na condição de aprendiz a partir de 14 anos, devem ser prioridades dos governantes. Construir alternativas para os jovens é condição indispensável para o rompimento com a situação que os condena à exclusão, pobreza e marginalização. Abrir oportunidades de trabalho é fundamental para manter o entusiasmo e o idealismo dos jovens. Afinal, eles são o nosso mais precioso capital e formam o celeiro de líderes que podem dirigir uma Nação.

4 Respostas para “Emprego: o primeiro desafio”

Deixe um comentário para Brena Késia Ferreira