Em defesa da liberdade de escolha
Em artigo publicado na Folha de São Paulo esta semana, o jornalista Rogério Gentile critica os governos Lula e FHC por terem autorização a abertura de graduações cujo mercado já esta saturado, a exemplo dos cursos de Direito. Para o articulista, deveria haver um maior controle oficial, já que, enquanto sobram bacharéis em direito, falta mão-de-obra qualificada em áreas tecnológicas. Esquece ele que nossa sociedade é alicerçada na livre iniciativa. Se existem muitos cursos de direito é porque há uma grande demanda. Ninguém pode cercear das pessoas a liberdade de escolher o modo de se inserir ao conjunto da sociedade, como o direito de escolher que profissão seguir. Com isso não pretendo defender o fim da regulamentação do governo. Nem mesmo o defensor do laissez-faire acreditava que a harmonia espontânea pudesse se aplicar ao setor da educação. Neste caso, para Adam Smith, quando o interesse público e o individual não coincidem o Estado pode dar incentivos públicos. Só não se pode confundir incentivo com imposição e proibição, expressões que não combinam com democracia.
Se há muitos cursos de Direito é por que eles dão lucros, o investimento inicial é baixo e garante retorno às escolas.