Perfil

Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

De qual nacionalismo falamos?

Acompanho as recentes discussões em torno do desempenho da Companhia de Mineração Vale. Informações dão conta da insatisfação do presidente Lula com o principal executivo da empresa, Roger Agnelli. O presidente da República se queixa, por um lado, de que a Vale demitiu um grande número de funcionários no ápice da crise econômica. Por outro, de que ela não quis comprar navios dos Estaleiros Brasileiros, fazendo encomendas dos estrangeiros. Enfim, algumas ações de Agnelli, segundo o governo, contrariam os interesses nacionais do Brasil.

Cumpre registrar que a Companhia Vale foi privatizada em 1997 no governo de Fernando Henrique Cardoso. Após a privatização, a Vale multiplicou por seis vezes o seu valor de mercado. Em 1997, o seu valor era de 10,5 bilhões. No ano de 2008 era de 61,9 bilhões. No ano da sua privatização, a Vale pagava por ano 211 milhões de impostos. Em 2008, ela pagou 2,86 bilhões. Registre-se, ademais, que em 2008 a Vale possuía 62.490 mil empregados, em comparação com os 10.865 que possuía em 1997.

Pela rápida exegese acima, chegamos à conclusão de que os números evidenciam os benefícios que a privatização trouxe para esta Companhia e também para o Brasil. Saliento que a Previ (Fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil), a Funcef (Fundo de previdência da Caixa Econômica Federal) e a Petros (Fundo de previdência dos funcionários da Petrobras) detêm 49% do controle das ações da Vale. O Bradesco, por outro lado, detém 21%. Isso me permite afirmar que em razão da participação dos fundos de pensão, a Vale ainda mantém um caráter de empresa pública não estatal.

Importante assinalar que a insatisfação do governo e os números apresentados me causam preocupação quanto à possível onda de nacionalismo que possa vir tomar conta da sociedade brasileira às vésperas do pleito eleitoral para Governadores, Deputados e Presidente da República. Considero que no atual governo está presente a ideologia nacionalista, a qual insiste em ser implantada. Além disso, pesquisa recente do Instituto Maurício de Nassau no estado de Pernambuco, do qual sou presidente, e que será publicada em breve, revela que parte da maioria dos pernambucanos reprova as privatizações tal como realizadas na era FHC.

Nessa perspectiva, cumpre perquirir: de qual nacionalismo falamos? Ser nacionalista não representa ser contra as privatizações ou contra as parcerias público-privadas? Enfim, ser nacionalista não significa defender a estadolatria? Importa asseverar que este, contudo, não é o raciocínio comum. Ser nacionalista, para muitos ideólogos, significa defender a estatização e a forte presença do estado na economia. Estes aspectos me preocupam sobremaneira, pois considero que a economia do país se desenvolve por meio da livre iniciativa, ou seja, da iniciativa privada. A ação estatal deve se restringir ao provimento de bens e serviços públicos fundamentais, quais sejam: educação básica, segurança e saúde.

Cumpre asseverar por fim que é irracional defender ou acreditar que o estado pode tudo ou que ele deve estar presente em todos os âmbitos da economia. O estado deve ser o indutor do crescimento econômico. Ele deve atuar por meio das agências reguladoras fiscalizando e cobrando das empresas que foram privatizadas. Deve, outrossim, prover bens e serviços públicos de qualidade. Agora, para que isso ocorra, é necessário que a o setor produtivo pague corretamente os impostos devidos. E a arrecadação só será volumosa se no mercado estiverem presentes empresas robustas economicamente. E, para tal, elas precisam ser eficientes, como é o caso da Vale. Portanto, defender o nacionalismo é ação meritória quando ele não é confundido com estatização ou forte presença do estado na economia. Ser nacionalista é defender o estado eficiente no provimento de bens e serviços públicos, na ação fiscalização das empresas e como indutor do crescimento econômico. O nacionalismo equivocado sufoca o setor produtivo.

Uma Resposta para “De qual nacionalismo falamos?”

  • GIULIA:

    Realmente o povo brasileiro tem que tomar consciencia de que a privatizaçao so trara beneficios ao Brasil em todos os setores,pois em um pais com altissimo indice de corrupçao como o nosso,fica dificil para nòs nacionalistas de fato, debitar todo o credito ao estado para o crescimento economico. Parabens pelo blog e pelo metodo consciente do crescimento no setor economico.
    Giulia.

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