Crescer não é suficiente
O Brasil cresceu bem no primeiro trimestre deste ano. A expansão da economia do País, com 4,2% de aumento no PIB (Produto Interno Bruto) , na comparação com os três primeiros meses de 2010, segundo dados do IBGE, foi menor que o ocorrido no ano passado, mas é preciso considerar o período de recessão que serviu de base comparativa, com a crise que nos atingiu em 2009. Sim, o Brasil mantém um bom ritmo de crescimento. No entanto, crescer não é o suficiente. É preciso haver otimização no uso dos impostos.
A redução da carga tributária é um assunto que merece destaque e deve ser discutido, mas não menos importante está a discussão sobre a ineficiência do uso dos impostos. E o motivo está nos números. O Brasil cresceu 7,5% com uma carga tributária de 24%, e investindo 5%. Hoje o setor privado contribui com 36% em impostos, mais de 3% de déficit nominal, e o investimento do País não passa de 1,5%. Ou seja, é necessário que se pense em eficiência dos gastos. É preciso organizar o que é tirado da sociedade e o que é devolvido a ela.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a comemorar o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre, que aliás, registrou alta de 1,3% na comparação com o quarto trimestre de 2010. Apesar de o Governo admitir que o crescimento foi menor que o esperado, é certo que o País vem mantendo um ritmo de vitalidade, ainda mais quando nos comparamos com os Estados Unidos, países europeus e até da China, que já começa a demonstrar certa desaceleração.
Sim, o Brasil cresceu. Mas tivemos sorte. O salto da economia chinesa, que teve início há pelo menos seis anos, levou ao incremento das exportações brasileiras. Outro aliado foi a Ásia, que apresentou uma grande demanda por commodities, o que aliviou no resultado de nossa balança comercial. Aliás, os empresários do setor primário foram fortes contribuidores para a expansão da economia brasileira.
Não estou afirmando, porém, que a avaliação do PIB não tem sua importância. O crescimento abre oportunidades no que diz respeito à abertura e ampliação de empresas. Gera emprego e aumento de renda. No entanto, há um ponto a ser considerado. Expandir em demasia e de maneira acelerada pode prejudicar as empresas, que certamente não conseguirão produzir o suficiente para o abastecimento do mercado.
O Brasil pode – e deve – comemorar o resultado do PIB, ainda que em menos percentual que o verificado no ano passado. Trata-se do termômetro da economia do país e os esforços para atingir maiores patamares são primordiais. Mas o Governo Federal não pode deixar que os fogos da comemoração ofusquem os demais problemas da economia brasileira. Sim, eles existem.