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Nasceu em 21 de março de 1964, em uma pequena cidade do sertão da Paraíba. Aos cinco anos, seus pais se mudam para Mato Grosso e, depois, para Rondônia.(...)
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Histórico

Copa, gastos e opinião pública

Pesquisa recente do instituto Data Folha indica que 57% dos brasileiros são contrários à utilização de dinheiro público na construção ou reformas de estádios para a Copa do Mundo de 2014. A rejeição também se confirma entre os pernambucanos. Dados do Instituto Maurício de Nassau revelam que 40,5% da população de nosso Estado discorda sobre investimentos em estádios com recursos públicos.

Os resultados das pesquisas merecem atenção dos governantes e mostram que a população está consciente de que os recursos precisam ser direcionados para outras prioridades, como infraestrutura. Para ser sede da Copa, a África do Sul realizou maciços investimentos em estradas e aeroportos, uma herança desfrutada pelo povo daquele país após o fim dos jogos, ensinando-os que os benefícios de se sediar a competição internacional vão além das benesses econômicas advinda do turismo, por exemplo.

No Brasil, o investimento em infraestrutura é “embargado” por uma difícil equação: a carga tributária nacional inibe o setor produtivo de investir e, em conseqüência, dificulta o aumento da arrecadação pela União e pelos estados, que já não é pequena. Só no último mês de julho o total arrecadado foi de R$ 67,973 bilhões, recorde pelo sétimo mês consecutivo. Temos a maior arrecadação de impostos no mundo entre os países emergentes e em desenvolvimento. No entanto os recursos são suficientes apenas para a manutenção da inchada e onerosa máquina estatal, sendo aplicados principalmente na folha de pagamento dos servidores e da previdência social.

Se não conseguimos garantir nem sequer os direitos essenciais dos indivíduos, com o oferecimento de serviços públicos de qualidade na área de saúde, educação e segurança, como investir em infraestrutura?

A Copa do Mundo não pode ser um mero instrumento de marketing na mão dos governantes. Para se justificar, a competição internacional deve ser uma ferramenta de melhoria do bem estar socioeconômico do brasileiro. Isso só será alcançado com a radicalização das agendas de reformas e arranjos institucionais que tornem o Estado mais eficiente no provimento dos bens e serviços públicos. Esta deverá ser a tática dos governantes escolhidos por cerca de 136 milhões de eleitores brasileiros para a conquista do almejado título de país desenvolvido, digno de receber um grande evento esportivo. A outra desejosa conquista deixamos para que 11 homens resolvam em um mês de competição.

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